CAPÍTULO 2

Só o apartamento do Senhor Bonitão dava com certeza para comprar o prédio em que eu morava inteiro. Tentando acalmar a inquietude crescente dentro de mim, observei tudo à minha volta enquanto ele trancava a porta de trava eletrônica. O ambiente era amplo e aberto com todo esse conceito de espaço que gente rica tem. Chão de mármore branco rajado, sofás longos e da cor cinza, lustre de cristal. De CRISTAL!

Tudo limpo, tudo iluminado, tudo luxuoso. Até mesmo o quadro ridículo e abstrato na parede parecia valer mais que o meu apartamento, talvez até valesse mesmo.

— Seu AP é... Hm... Legal — falo quando ouço seus passos atrás de mim.

— Você achou? — Ele pergunta me abraçando por trás. — Não venho aqui muitas vezes — disse, afundando o rosto em meu pescoço, depositando pequenos beijos em minha pele.

Ah, então este era o apartamento em que ele traz as conquistas da noite?

Com um movimento rápido, ele me virou, para que ficasse de frente para ele e voltou a depositar beijos no meu pescoço subindo até minha mandíbula.

Por mais que estivesse apreciando cada toque de seus lábios em minha pele sensível, minha mente não parava de trabalhar.

— Qual o seu nome? — perguntei quando seus lábios estavam quase tocando os meus.

Ele afastou o rosto, sem afastar seu corpo do meu, um pouco confuso.

— Perdão?

— Qual seu nome? — Repeti a pergunta. — Me dei conta de que não sei seu nome.

E ele sequer tinha se dado ao trabalho de perguntar o meu. O que parece que ele também percebeu, pois sorriu sem graça.

— John Carter.

Não pude conter uma risada.

— Igual ao filme? — Perguntei, me afastando um pouco.

Ele sorriu dando de ombros.

— Exatamente igual. E o seu?

Sorri.

— Amanda Ferrer.

— É um belo nome! — Ele tenta me elogiar.

— Obrigada, John Carter! — solto uma risadinha.

Uma risadinha!

John me encara por um segundos, como se tentasse ler meu rosto, e ao que parece consegue.

— Amanda, você está nervosa?

Ele me perguntou com tanta suavidade que sequer pude tentar mentir.

— Estou. Não costumo fazer essas coisas com frequência.

Ele frange a testa.

— Essas coisas?

— Ficar com caras que conheci na balada.

John sorri e se aproxima novamente, depositando um beijo suave em meus lábios.

— Posso pegar uma bebida para que possamos ficar mais relaxados, o que acha? — Pergunta, analisando meu rosto. — Você ainda quer ficar?

John acaricia meu rosto com o polegar, e minha pele se arrepia com seu ato.

— Sim, para as duas perguntas — respondo baixinho.

— Ótimo! Vinho? — Sugere.

Assinto com a cabeça. John deposita mais um beijo suave em meus lábios e sai em direção a sua cozinha luxuosa.

Suspiro. Eu estava estragando tudo. Era pra isso ser apenas uma foda e eu quase perguntei a vida do cara toda.

Quando John retornou segurando uma garrafa e duas taças nas mãos, eu estava sentada no sofá e já havia preparado meu subconsciente para parar de atrapalhar o que havia vindo fazer.

Ele me entregou uma taça que era tão larga que tenho certeza que caberia a garrafa de vinho inteira e encheu até a metade, depois encheu a sua própria taça com o restante da garrafa, que preencheu somente a metade de sua taça, confirmando minha suposição.

John sentou no outro sofá, ficando de frente para mim enquanto vi um misto de desejo e luxuria passar por seus olhos enquanto ele me observava por cima da taça em que bebia seu vinho.

Bebi meu vinho também, o mais rápido do que desejava pois só então percebi que estava com a garganta seca.

Não deve ter sido nada sexy, mas prometi a mim mesma que o que faria em seguida, seria.

Tomando coragem, apoiei a taça na mesinha de vidro ao lado do sofá, levantei e caminhei até John devagar.

Apreciando a visão, ele encostou as costa no sofá preguiçosamente quando sentei em seu colo, com as penas de cada lado das suas, encostando minha calcinha de renda em seu volume em sua calça. John deu o último gole em seu vinho, soltando a taça em cima do sofá mesmo para agarrar os dois lados da minha bunda com as mãos, o movimento foi tão rápido que com o susto mexi meus quadris e isso me fez esfregar minha parte sensível em seu membro sobre a calça.

Gemi baixinho com o movimento e só então pude perceber o quão sensível estava. O quanto precisava disso.

John mordeu os lábios e me apertou de novo, me incentivando a fazer o mesmo movimento novamente.

Mexi meus quadris sobre ele, arfando com a sensação.

— Você é muito gostosa, Amanda!

Meu rosto ardeu e eu não sabia dizer se era por causa do elogio ou pelo excesso de álcool no sangue.

Sem perder tempo, o beijei enquanto começava tímida um movimento de vai e vem com o quadril, estimulando a nós dois.

A sensação era ótima e ao mesmo tempo castigante. Eu precisava de mais.

Intensifiquei nosso beijo, sentido a necessidade de sentir mais.

John segurava a minha bunda e comandava meus movimentos, mas quando ele soltou uma das mãos e levou sobre a minha calcinha em meu ponto sensível...

Talvez isso que Kat queria dizer com "ferramenta lubrificada".

— Porra, Amanda!

Antes que pudesse assimilar, John se levanta do sofá comigo ainda em seu colo, mordisca a volta de meu pescoço me fazendo soltar um soluço de prazer, e me carrega para onde presumo ser seu quarto.

→★←

Acordo com a sensação de que uma manada inteira havia passado por cima de mim. Apesar dos lençóis macios em que estou enroscada, não posso conter um estremecimento com o latejar constante em minha cabeça.

Um farfalhar ao lado da cama me faz abri os olhos em meio a resmungos. Entre os fios bagunçados de meu cabelo, observo John vestindo seus calças.

Devagar, me sento na cama, puxando os lençóis para cobrir meu corpo nú. Não sou ingênua, sei o que aconteceu. O ardor em minhas partes íntimas já me diz o suficiente, mas para falar a verdade, depois dos meus atos desinibidos na sala, não lembro muito o que aconteceu, sempre fui fraca para bebida. Porém, apesar da ressaca, eu me sentia bem... Saciada.

— Ótimo, já está acordada — John falar vestindo uma camisa branca.

Posso perceber que ele evita me olhar.

John caminha até a uma mesinha de cabeceira e de lá tira a sua carteira. Incrédula, vejo ele tirar algumas notas e jogar sobre a cama.

— Para o táxi — fala, quando não faço sequer menção de pegar o dinheiro.

E lá estava ela, a síndrome do dia seguinte. Eu odiava isso.

Eu queria poder dizer que John não precisava ser um babaca comigo para que não ficasse em seu pé. O que queria, ele já havia me dado. Mas decidi engoli a minha humilhação e buscando o pouco de dignidade que ainda me restava, me levantei sentindo minhas penas bambas e comecei a vestir meu vestido enquanto ele calçava seus sapatos.

— Sei onde fica a porta. — Falei assim que estava pronta, querendo sair o mais rápido possível da presença dele.

Estava quase atravessando o batente da porta de seu quanto quando o ouço me chamar:

— Amanda?

— Hm?

— Não precisa deixar a sua bolsa para ter um motivo para voltar aqui. — Falou ele, balançando minha pequena bolsinha na mão.

Droga!

Com o rosto ardendo de raiva, caminho em sua direção e arranco minha bolsa de sua mão.

— Babaca! — Falo como despedida e saio às pressas do seu apartamento.

No elevador, arranco a pulseira verde neon que ainda está presa a meu pulso e enfio na bolsa.

Me pergunto se todo esse estresse valeu a pena por uma foda a qual nem me lembro.

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