Eu desperto.
Calor. Chamas. O cheiro acre de carne queimada e metal retorcido.
Os gritos parecem distantes, como ecos de um pesadelo. Tiros. Explosões. O mundo ainda treme. Tudo é barulho, caos e morte.
Minha visão se ajusta. Meu corpo está coberto de apêndices metálicos, filamentos vivos de polímeros reforçados que se agarram aos destroços ao redor, puxando matéria para reconstruir meu braço arrancado. A estrutura se refaz camada por camada, até que os dedos finalmente respondem ao meu comando.
Ainda estou fraca.
Me arrasto, os músculos pesados, a pele latejando onde os nanoides ainda trabalham para fechar os ferimentos. Meu gancho. O vejo jogado a alguns metros de mim. Preciso dele.
Forço o corpo para frente, cada movimento um esforço brutal. O calor faz o ar vibrar, dificultando a respiração. Quando finalmente alcanço o dispositivo, agarro-o com a mão recém-formada. Sem perder tempo, o conecto ao braço.
A estrutura se ajusta, tudo se alinha novamente.
Acho que se passaram apenas al