Ally vai ver sua vida virar de cabeça para baixo ao descobrir que não passa de um experimento cientifico, que todos os seres humanos dependem de uma unica escolha dela, e que a unica pessoa que prometeu protegê-la não era quem dizia ser! Amor, sacrifício e destruição! Uma única escolha pode determinar se todos morrem ou vivem, é sacrificar a sua vida, ou destruir quem a persegue!
Leer másTudo começa com a primeira palavra... TUDO! E se a sua vida fosse o branco de uma página esperando para ser escrita por você mesmo, o que você escreveria? Se todos os acontecimentos dependessem da sua permissão para acontecer, você seria o que é hoje? E ao se olhar no espelho, você se orgulha do que se tornou? Talvez o controle que tanto esperamos de tudo nunca nos levem a nada. E se escrever por si só for um salto no escuro para um precipício profundo do qual não temos conhecimento?
Como acreditar que num futuro próximo algo vai parecer estar certo se mesmo no controle ou não, tudo parece tão errado? E se o que tanto você enxerga dentro de si um dia for resumido a nada? E se um belo dia você acordar e perceber que tudo em sua vida era apenas uma grande mentira, que você não passa de uma mera peça do destino jogada num tabuleiro sem volta, e tudo que você achava que era seu tem dono? E se o dono da sua vida não for você? Já se perguntou se tudo não passa de um proposito maior? Ou se talvez tudo que está acontecendo sejam apenas acontecimentos aleatórios para no final se encontrarmos com a morte... E se não existir outro lado? E se a morte for o último contato?
O que você fez aqui ou deixou de fazer vai mudar alguma coisa nesse roteiro maluco do acaso? Talvez sim, talvez não. Mas, como apagar as dúvidas dolorosas que a vida nos traz? Escolhas boas ou escolhas ruins, somos julgados por todas e como escolher as que vêm para o bem? Estamos tão desesperados que não percebemos que tudo no final pode ser nada. Não somos donos de nada, não controlamos nada, não decidimos nada, e se não formos nada? Então, do que adianta as escolhas?
...
Em nunca soube qual era o meu real proposito de vida e nunca ao menos me perguntei, como filha única de pais adotivos, sempre tive todo amor do mundo. Meus pais sempre foram o tipo de casal mais apaixonados que poderia existir na face da terra, daqueles que andam abraçados pela calçada e que riem alto sem se preocupar com o que vem a seguir. Eu sempre acreditei no amor e sempre quis um amor igual ao deles, capaz de contagiar ao próximo como contagiou a mim. Tudo sempre foi muito perfeito, eu fazia uma faculdade incrível com as melhores amigas que conheci lá e já tive, Lorena e Luísa. Não éramos tão populares, mas também não éramos as excluídas, tínhamos os nossos segredos como todo jovem e os crushs que queríamos para a festa de final de ano da Faculdade, esse era o nosso primeiro ano de festa. Mas, eu não cheguei a ir à festa, eu ao menos cheguei até metade do caminho. Eu morava numa cidade pequena de São Paulo e já estava acostumada a não ser uma garota normal, aos cinco anos de idade eu já fazia aula de defesa pessoal e aos quinze anos meu pai me levava para aula de tiro ao alvo. Nunca fiquei doente como as pessoas ficam, bem desenvolvida e uma das melhores alunas, fui considerada uma garota prodígio por conta do meu QI elevadíssimo. Mas; com pais como os meus, é muito fácil se sentir a garota mais especial e normal do mundo.
Tudo começou com o primeiro ano da Faculdade, estávamos sentadas eu; a Luísa e a Lorena no pátio espreitando os garotos e suas babaquices do outro lado do pátio.
— Com quem você acha que o Caio vai ficar? — Lou — Apelido que eu havia dado para a Lorena — Falou animada o encarando de relance.
— Você, obviamente! — Falei dando um sorrisinho malicioso.
— E você Ally, com quem vai ficar? Não fala nada. — Luísa falou me encarando debochadamente.
— Com ninguém. Na verdade, não quero ir. — Falei dando de ombros. Era verdade; eu não tinha nenhum crush, na verdade eu ainda sonhava com o meu príncipe encantado e não havia nenhum garoto ali que chegasse aos pés do meu pai. Que me tirasse o fôlego, que me desse o mesmo frio na barriga que minha mãe dizia sentir quando estava ao lado do amor da vida dela e além do mais, eu não gostava de lugares públicos e cheios, me dava à sensação de que eu estava sempre sendo observada.
— Ah, não acredito nisso! Todo mundo vai. Você tem dezenove anos, precisa sair, aproveitar a vida adulta! — Lou falou rindo.
— Minha mãe sempre disse que eu não sou todo mundo e ainda não quero amadurecer tão rápido, mas e você? O John já deu algum sinal? — Perguntei tentando tirar o alvo de mim.
— Ainda não, acho que ele vai com a Bruna. — Ela falou com uma expressão meio triste no rosto ao falar da menina mais popular do colégio.
— Claro que não, se ele fizer isso ele é um babaca! Na verdade, acho que ele ainda pensa muito no beijo apaixonado de vocês lá na quadra! — Falei tentando aumentar a autoestima dela.
— Será? — Ela falou meio apreensiva.
— Claro amiga. — Lu falou me encarando com um olhar meio duvidoso. — Ele realmente seria um idiota se não ficasse com você. Você merece mais!
— Verdade. — Afirmei.
Ficamos conversando sobre isso e logo depois fomos embora, faltavam apenas uma semana para a festa e estavam todos animados para acontecer, menos eu! Esse ano a festa seria mais cedo no mês de novembro, um mês antes do ano novo pois todos estariam aproveitando seu recesso e viajando. Os próprios alunos haviam organizado essa festa.
Fiz algumas tarefas da casa, estudei um pouco e esperei meus pais para o jantar. Era tradição familiar jantarmos todos a mesa.
— Como foi seu dia? — Minha mãe perguntou quando já estávamos todos à mesa.
— Tranquilo. — Respondi enquanto dava minha primeira garfada na panqueca que meu pai havia feito.
— E por que essa expressão pensativa? Aqui em casa só aceitamos expressões alegres. — Meu pai falou soltando uma piscadela para mim.
— Está todo mundo animado para a festa de final de ano. — Falei dando de ombros.
— E você não? — Minha mãe perguntou — ainda meio confusa com aquela minha afirmação.
— Não. — Falei sem muitos rodeios.
— E por que não meu bem? Eu e sua mãe fomos os reis do baile na escola sabia? — Ele falou num tom orgulhoso na voz.
— Pai, eu já não estou mais na escola, e aqui não tem baile, só uma festinha! E eu ainda não encontrei o amor da minha vida, não estarei com ele na festa. E já tenho quase vinte anos! VINTE ANOS! — Falei demonstrando minha frustração.
— Mas meu amor, você SÓ tem dezenove anos, ainda tem muito tempo para encontrar o amor da sua vida. — Minha mãe falou com um sorriso carinhoso no rosto.
— Mas vocês se encontraram no colegial. E nossa; eu estou tão nova né? — Falei os encarando como se minha vida fosse acabar com aquela acusação.
—Para cada pessoa o amor acontece com um tempo, no meu caso aconteceu no colegial com o seu pai. Mas o seu pode acontecer na faculdade, ou na esquina, ou em algum outro lugar... — Minha mãe falou com toda paciência do mundo.
— Meu amor, um dia você vai perceber que a vida ainda dá muitas festas para você se preocupar com a primeira. Para o amor não é preciso pressa. Fora que ainda há o ano que vem! — Meu pai falou com o brilho no olhar que me fazia admirá-lo.
— Tá bom, mas não vou para a festa. — Falei decidida.
— Mas é claro que vai. — Minha mãe falou.
— Não quero ir. — Falei com birra.
— Não pode perder seu ritual de amadurecimento. Você tem que aproveitar enquanto ainda é jovem, sair, dançar, se divertir com seus amigos... Daqui a pouco vai estar morando sozinha, ou trabalhando e tudo vai passar muito rápido! — Meu pai falou dando de ombros.
— Tá boom; eu vou, mas só para vocês pararem de encher meu saco. E não vou sair dessa casa tão cedo, esqueça isso! — Falei revirando os olhos e deixando escapar um sorriso, eu sabia que eles me fariam ir até no último momento.
— Eba!! Pode morar aqui só até os cinquenta. — Minha mãe falou piscando para o meu pai num tom descontraído.
— Não faz diferença, eu e sua mãe viajamos tempo suficiente para fazer coisas interessantes! — Meu pai falando rindo.
— Obrigada por me contar suas intimidades pai, e verdade, passam tanto tempo fora que eu já moro sozinha! — Falei fingindo está indignada.
— Não exagera filha, com dezenove anos, você já já vai estar testando as coisas interessantes, usa camisinha e me conta tudo! — Minha mãe falou com a boca cheia e um sorriso.
— Ah não mãe, dá pra parar! Eu quero terminar de jantar. — Falei a encarando.
Terminamos o nosso jantar aos risos e a vida seguiu seu curso.
Eu estava sentada na praça de alimentação quando vi a Lera pessoalmente pela primeira vez, ela parecia desfilar em minha direção e a vontade que eu tive foi de sumir, me senti uma formiguinha prestes a ser pisoteada. Lera vestia um conjunto de blazer preto e um Scarpin que só completava a sua beleza.— Você é mais bonita do que pela tela. — Ela falou sentando-se a minha frente e sorrindo. Olhou ao redor.— Ele não veio. — Falei tendo noção de que minhas pernas tremiam debaixo da mesa.— Eu sabia. Mas no fundo, queria acreditar que pelo menos o veria de longe! — Ela deu de ombros baixando os olhos. Em seus lábios pude ver um sorriso triste.— Ele te ama. — Eu disse, ela ainda era a mãe do Gael, e só a mãe sabe a dor de perder um filho.—Eu sei. O Gael tem uma síndrome de herói que herdou do pai. Mas isso não o retira a consciência de família. — Ela respirou fundo.— Eu achei que falaria diretamente com o Olavo. — Falei, agora apoiando o cotovelo na mesa.— Eu sou a negociadora, e gosta
Levei alguns segundos para me recompor e quando estava pegando uma água bem gelada, as meninas apareceram na porta com duas pizzas.— Vocês demoraram! — Falei virando o copo com agua na boca.— Nem percebemos. — Lu falou colocando as pizzas no balcão com um sorriso de canto.— Podem aumentar o ar-condicionado se quiserem. — Lorena provocou notando o quanto estávamos suados.— É especificamente essa cozinha! — Gael falou desviando o olhar com um sorriso.— Vamos para a sala então! — Lu falou pegando a tigela de beijinhos com um sorriso malicioso.Quando Gael e Lu já estavam em direção à sala, Lorena me encarou com uma das sobrancelhas erguidas e sorriso no rosto. Eu revirei os olhos e sorri sabendo que estava completamente suada, e molhada também.O restante da noite foi perfeita, despertamos crianças interiores e brincamos de mimica, salada de fruta e várias outras coisas. Eu me surpreendi ao ver o Gael entretido em tudo! Quando resolvemos dormir já estava claro, e obvio, apagamos de
GAELAcompanhei a Loren para a saída do prédio curioso para saber o que estava acontecendo.— Iai, vai me dizer? — Falei quando já estávamos do lado de fora do condomínio.— Jane precisa de ajuda com alguns relatórios. — Ela deu de ombros.— A essa hora? — Falei, incrédulo.— Estamos com uma operação importante em curso né, você já sabe como é a Jane. Está queimando os neurônios de ansiedade e preocupação, mas não sabe dizer. — Ela cruzou os braços.— Então é melhor eu ir também. — Falei preocupado.— Ordem direta da mesma: Não deixe o Gael desgrudar da Ally nem por um segundo. E o que eu tenho é amor, não insensibilidade. A menina vai tomar uma decisão bombástica em uma semana, não vou tirar ela daí. Ela parece feliz. — Loren suspirou.—É... — Cedi olhando se o carro que vinha era o Uber. — Me prometa que vai ligar se precisar.— Tá brincando? — Ela sorriu enquanto acenava para o motorista que estava encostando. — Na primeira oportunidade que eu tiver de tirar você de perto dela sem
— Me chame de gorda de novo, tem coragem? — A Lou – como as vezes eu chamava a Lorena - falou balançando os dedos maliciosamente a minha frente.— Eu não chamei. — Falei me sentando e recuperando o fôlego.— Ah chamou sim, eu ouvi. — A Lu falou segurando uma gargalhada.— Isso, coloca mais lenha na fogueira, AMIGA! — Eu a fuzilei com um olhar brincalhão.— Estamos assustando nossos convidados. — Lu falou agora se voltando para Gael e Loren.— Não se preocupem, na maior parte do tempo, somos normais.— A gente finge que não viu os 1% de anormalidade. Mas eu particularmente, gosto mais assim. — Ele sorriu.— Eu gosto dele! — Lorena falou enquanto colocava o filme para rodar. — Quem vai apagar a luz? Ela falou agora se deitando.— A noite é minha, — falei tentando se safar da tarefa.— Você é uma menina manipuladora. — Luiza falou estreitando os olhos em minha direção. — Pedra, papel, tesoura! — Era nosso desafio para tarefas “difíceis” como desligar luzes.Eu me sentia tão à v
“— Não é o que você está pensando. Ela não é o meu ponto fraco. — Ele falou.— Ah não? Você já contou para ela quem você é? De verdade? Ela pode colocar tudo a perder, você sabe disso. Robert, o plano aqui é colocar você como ameaça na linha de frente, como vou fazer isso? Estou com duas granadas em mãos e você sabe que isso pode acabar colocando nosso plano em risco. E se pegarem vocês dois juntos? O que nós aqui fazemos? Como tiramos os dois de lá? — Jane falou se controlando para não gritar.— Ela não vai colocar tudo a perder. — Ele falou respirando fundo. Odiava escutar sermão principalmente quando sabia que ela estava certa.— Ah não? Então eu não preciso esperar um ato heroico caso tenhamos que usar de violência? Não se apaixone por ela, não leve essa menina para cama porque aqui não tem lugar para filhos da nação. Você e ela são as bombas que não podem explodir, então não coloque o nosso plano por agua abaixo por causa da multiplicadora. Ela é o alvo e você a granada, você sab
A minha caminhada pelo centro de São Paulo durou horas. Passei pelo museu da imagem e do Som e fiquei ali contemplando as belas obras de artes do lugar enquanto pensava em todo o salto que minha vida tinha dado da noite para o dia. Num dia eu era apenas uma garota qualquer de dezenove anos, na faculdade e sem saber o que o futuro me reservava. E em outro; eu era caçada por ser uma arma, arma essa encarregada de gerar o ser humano perfeito, e matar toda a humanidade, isso era bizarro!Pensei, pensei e pensei! Eu não conseguiria viver fugindo. Uma hora isso teria que acabar, e não seria com meus pais mortos.Quando cheguei já eram 21hrs, eu havia saído da faculdade as 11hrs. A Jane; o Gael e a Loren me esperavam em casa, a Esme estava no quarto juntamente com a Jasmine enquanto o trio estava sentado na sala. Todos pareciam aflitos, preocupados.— Você quase nos matou de preocupação. — Jane falou num tom sério.— Não sou eu quem quero matar vocês. — Ri com aquela ironia, fechei a porta a
Último capítulo