Uma Família para o Quarterback

Uma Família para o QuarterbackPT

Romance
Última actualización: 2025-07-04
Kalie Mendez  Recién actualizado
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Resumen
Índice

Livro 1. Uma Família para o Quarterback Quando Angelina encontra seus amigos para comemorar a formatura do curso de fisioterapia, não poderia imaginar que na festa, em meio a uma confusão, provaria os lábios mais saborosos e viciantes de um estranho e jamais os esqueceria. Charles, por outro lado, decidido a curtir a noite, vai em busca de uma novidade e com tantas opções, escolhe a morena mais linda que seus olhos contemplaram. Sem conseguir se conter e de forma possessiva ele a beija, porém, as circunstâncias os separam antes mesmo que as devidas apresentações sejam feitas o deixando frustrado e querendo mais. Inconformado com o breve momento, ele começará a busca por aquela linda estranha, mesmo sem ter informações sobre sua identidade. Enquanto ela... vai sonhando em ser reencontrada. Como o destino poderá uni-los? Será que esse encontro foi por um acaso? +18.

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Capítulo 1

Capítulo 1

Angelina Mendes

"Juro, por Deus e minha família, diante de meus mestres que me dedicarei à Fisioterapia com honra, dignidade, respeitando a vida humana desde a concepção até a morte, jamais cooperando em ato que voluntariamente se atente contra ela, ou que coloque em risco a integridade física, psíquica e social do ser humano; dispondo todo meu conhecimento, talento e inteligência para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Repassarei meus conhecimentos sempre que se fizer necessário e agirei com humildade e honestidade. Assim, eu juro."

10 de outubro, em uma linda manhã de outono, perco-me em pensamentos de agradecimento por esta jornada pois finalmente estou tornando-me uma fisioterapeuta, formada pela Universidade de Princeton. Foi um verdadeiro desafio e com certeza uma vitória inesquecível que deixa o meu coração cheio de gratidão.

Eu escolhi este curso pela beleza de ver alguém que perde seus movimentos voltar a tê-los e ser o único fio de esperança que acompanha os pacientes no incrível caminho da recuperação de uma lesão.

 Sinto-me satisfeita com minha escolha. No momento final da solenidade, vários e vários capelos são jogados para cima como forma de comemoração e a festa só está palcocomeçando. Após este momento, despeço-me de vários colegas, até que uma voz familiar me chama atenção e minha melhor amiga, a loira mais chamativa de Princeton, com seus enormes olhos azuis, vem em minha direção.

— Linaaaaa, parabéns para nós! – Nos abraçamos, eu também a parabenizo e conversamos um pouco. — Tem certeza que você não vai para a boate hoje à noite? – Mary mais uma vez insiste, após uma semana de ligações e mensagens “fofinhas” repetitivas.  

— Não, meus pais organizaram uma festa lá em casa e os nossos amigos e vizinhos estarão presentes, você também tinha que ir, mas não desgruda de Israel. – Respondo de forma debochada entre sorrisos, ela faz uma careta e gesticulando para o ar, como sempre faz, protesta:

— Não posso acreditar que você comprou aquele vestido lindo para comemorar em casa, por isso continua sem ter alguém e sobre o meu noivo, ele quem não desgruda de mim. – De certa forma, eu concordo. Israel é um chiclete, não deixa espaço sequer para uma amiga solteira como eu, curtir a companhia da melhor amiga.

— Acredite, comprei sim. E sério, não estou com vontade de ir a boate, hoje estou carente e me falta um incentivo de no mínimo um metro e oitenta e cinco de altura. – Mary revira os olhos.

— Acorda Lina! Jordan vai, ele é um moreno lindo, alto como você gosta, dono daqueles olhos cor de mel, sem falar que é superinteligente. – Ela fica esperando alguma reação minha. — Não é possível que você não goste dele, ou que pelo menos não se sinta tentada. – Fico irritada apenas por ouvir a sugestão que ouço há meses, porém disfarço.

— Gosto apenas como um colega e ele só foi um ótimo professor. – Ela dá de ombros e minha mãe se aproxima.

— Se estão falando sobre a festa de hoje à noite, Lina vai, nem que eu tenha que levar a minha filha na porta da boate, ela precisa relaxar e namorar um pouco, há uma semana venho tentando a convencer, Mary. – Abro a boca para protestar, porém logo sou interrompida.

— Isso mesmo Sra. Mendes, concordo plenamente.

— Tenho Junior para cuidar. – Justifico, minha mãe acaricia meu rosto e meu pai se aproxima carregando o meu príncipe.

— Eu sei filha, mas ele tem os avós que o amam tanto quanto você. – Fico emocionada ao olhar meu menino.

— Hoje é o seu dia, filha. Dia de comemorar. Primeiro em casa e depois com seus amigos. Você merece. – Fico paralisada com o incentivo paterno.

— Jura, Sr. Mendes? Vai me liberar para ir em uma balada? Se sim, com certeza agora eu vou e Mary, fique feliz, você ganhou. – Todos parecem satisfeitos.

— Parabéns mamãe. – Carrego Junior, beijo seu rostinho bochechudo e enquanto agradeço a felicitação arrumo seus cabelos lisos e castanhos que caem em sua testa.

Em seguida nos despedimos de Mary que vai encontrar Israel e de mãos dadas com meu pequeno seguimos para o carro, acompanhados dos meus pais. Porém acabamos encontrando Jordan.

— Não pude falar com você quando colou grau. Parabéns, Lina. Agora já somos colegas de profissão. – Ele brinca com Junior, porém meu menino se esconde atrás da minha perna e eu me divirto com seu ciúme, com certeza puxou a mim.

— É verdade, agora somos colegas, obrigada. – Apertamos as mãos, ele me olha sem parar me deixando desconfortável e então prossigo. — Se me der licença, preciso ir para casa. – Abro a porta traseira do F- 150 do meu pai e Junior rapidamente entra e senta em sua cadeirinha.

— Não vou atrapalhar vocês, te vejo mais tarde? – E antes mesmo de confirmar, minha mãe interrompe.

— Ela vai sim. – E dada a circunstância respondo:

— Até mais tarde Jordan.

...

Nossos convidados chegam. O almoço comemorativo é servido, nos divertimos dançando ao som de músicas brasileiras que lembram minhas raízes. No final da tarde, aos poucos os vizinhos e amigos da congregação vão embora, restando apenas a minha família e eu, então resolvo conversar com meus pais, indo ao encontro dos dois que estão na sala. Ao chegar fico em silêncio os observando juntamente com Junior que brinca sentado no tapete, até que meu pai nota minha presença e me chama com gestos.

— Pai, mãe, obrigada por este lindo almoço, foi tudo feito de forma tão detalhada, eu amei. – Meus pais parecem felizes e satisfeitos.

— Você merece Lina e nós dois temos um presente para você. – Fico instantaneamente curiosa e abro bem os olhos. Um costume que não consigo disfarçar.

— É simples, mas é de coração. Nós financiamos um apartamento, sua nova moradia, para que você inicie a sua vida. – Coloco a mão na boca, completamente incrédula e ele continua. — Você já tem vinte e dois anos, sacrificou bastante a sua vida em prol da sua irmã e agora seu sobrinho, trabalhou meio turno durante todo período da faculdade, você merece filha. – Ele vem em minha direção e me abraça.

— É um apartamento de dois quartos, já está mobiliado, fica localizado em Harlem. – Eu continuo em choque. Claro que eu tinha planos de ter o meu cantinho, mas não imaginava que seria tão rápido. — Aqui estão as chaves e o endereço, a partir de amanhã poderá ser feita a mudança. – Fico emocionada ao ouvir as palavras de meu pai, agradeço tentando segurar as lágrimas de alegria, noto que tem espaço para meu menino, informo que vamos nos mudar e Junior comemora mesmo sem entender muita coisa. Hoje definitivamente deve ser o meu dia de sorte.

— Lina. – Mais uma vez minha mãe tem toda a minha atenção. — Chegou este envelope para você. –  Querendo descobrir qual é o conteúdo, deixo meu príncipe assistindo televisão na companhia dos avós e vou para o meu quarto, pois também preciso me arrumar para mais tarde.

...

Por considerar que estou um pouco atrasada, após deixar o envelope na cama, sigo rapidamente para suíte onde tomo uma ducha rápida, já vestida com o roupão, perfumo-me e faço uma maquiagem que destaque meus olhos verdes com traços escuros.

Ao meu gosto, a combinação fica perfeita com minha pele morena rosada e meus cabelos castanhos. Em seguida, visto uma lingerie preta, meu vestido verde longo com o detalhe de uma fenda que deixa minha perna até a altura da coxa um pouco a mostra, o par de sandálias com 15 centímetros de altura preta e para completar, um par de brincos que está na família há anos com pedras de esmeralda.

Ao desviar meu olhar para a cama para recolher a minha bolsa, vejo o envelope e a curiosidade me prende novamente.

Ao ver o conteúdo, meu coração dispara, não consigo acreditar que meu dia está tão perfeito pois a carta é a notificação que fui selecionada para fazer a prova de residência desportiva para um dos maiores times do futebol americano, o New York Jets.

Pelo o que leio, farei uma prova discursiva onde tenho que aplicar meus conhecimentos para o tratamento de vários casos de pacientes e um pequeno teste de resistência. Enfim, pelo prazo, tenho apenas quatro dias para me preparar para concorrer a cinco vagas.

...

Dirijo com cuidado, em aproximadamente meia hora estou na boate Marquee Nightclub, entrego meu Mazda 3 para o manobrista e adentro ao local.

Fico impressionada com o luxo e as pessoas que a frequentam, caminho mais um pouco, tento achar alguém conhecido e não encontro. Após um leve desespero resolvo ir até ao balcão para pedir uma garrafinha de água, até que sinto um toque na minha cintura.

— Oi Lina, o pessoal está ali na área VIP 2 e você está belíssima. – Jordan me mostra o local e com um certo cuidado, tiro a sua mão da minha cintura, noto que ele não gosta, mas não ligo.

— Obrigada por me avisar, vamos até eles? – Bebo a água e rapidamente seguimos.

Passamos no meio da multidão, Jordan alcança minha mão, sem o mínimo de cuidado me puxa, tropeço por não enxergar direito o chão e acabo esbarrando em um rapaz que está sentado em uma cadeira alta. Que vergonha!

Solto a mão do meu antigo professor, para me equilibrar me seguro nos braços mais torneados que já toquei, paro por um momento enquanto descanso minha cabeça no seu peitoral, o cheiroso toca em minha cintura, suas mãos parecem ser enormes, consigo sentir todos os músculos que estão  cobertos pela camisa, fico ainda mais inebriada no seu perfume másculo e é tão bom que anula toda minha capacidade de pensar.

Chego a fechar os olhos, até que volto à realidade.

Deus do céu, a minha situação só piora. Eu não tinha a necessidade de passar tanto tempo encostada no ser maravilhoso, então, sem o olhar, peço desculpa e me afasto.

O fato é que ele tem um cheiro tão bom e eu acabo de passar pelos segundos mais ousados da minha vida.

— Pensei que ia ficar para sempre encostada no rapaz. – Tento abstrair o comentário de Jordan, mas não consigo.

— Pois eu deveria ficar, lá estava bem melhor. – Ele paralisa com minha resposta e eu continuo caminhando até encontrar meus amigos.

— Achei que não vinha. – Mary me abraça assim que me aproximo. — Atrasei-me por causa da comemoração. – Em seguida Israel me cumprimenta e continuamos conversando animados, já Jordan, se retira.

O tempo passa, os estudantes começam a fazer uma brincadeira no centro da pista de dança, o tequileiro escolhe a vítima, coloca a pessoa sentada, dá uma dose de tequila e gira a cabeça do formando, para minha infelicidade Mary aponta em minha direção e rapidamente sou puxada. Protesto, porém, é em vão.

— Só uma dose morena, você vai gostar. – Não tenho tempo de negar, o tequileiro me carrega, coloca-me sentada na cadeira, meus olhos são vendados, alguém puxa minha cabeça para trás, força a abertura da minha boca e em seguida sinto o líquido que desce queimando a minha garganta.

— Para, por favor! – Clamo desesperada após os goles forçados, ouço um coro pedindo mais uma dose, mais uma vez passo pela terrível brincadeira, logo depois me levantam e me giram enquanto ainda estou vendada.

Quando me libertam, esbarro nas pessoas, tento tirar a venda, não consigo de imediato, até que mãos firmes me seguram pela cintura e o perfume másculo mais uma vez invade minhas narinas. É ele!

Com certeza o mesmo homem que esbarrei mais cedo. Consigo tirar minha venda, olhá-lo, porém, com as luzes piscando e o ambiente escuro, não consigo enxergá-lo com precisão. Então ele se inclina e eu sinto a sua respiração próxima do meu ouvido que me causa sensações excitantes.  

— Agora você está protegida linda. – Ouço sua voz grave, máscula, e meu corpo todo arrepia.

— Estou? – Ele fica tão perto que seu corpo se alinha ao meu. Ahhh... É tão bom.

— Sim. Você é solteira? – Não consigo fazer charme e respondo rapidamente.  — Ótimo, vou te beijar. – Não tenho tempo de absorver o que ouço, em seguida sinto seus lábios macios, quentes e desejosos encostarem nos meus, enquanto sou pressionada por suas mãos que me puxam para mais próximo ao seu corpo. Sua língua exigente pede passagem, meu corpo todo acende. Completamente desejosa abro a boca fazendo com que nossas línguas se encontrem, o impacto do roçar delas me faz tremer, seguro seus braços com mais força, sinto cada músculo ao acariciá-lo e enquanto o beijo é aprofundado, suas mãos enormes passeiam do alto do meu quadril à nuca. Sinto todo seu desejo e eu não tenho como parar, nem quero. Até que me puxam.

— Angelina, o que significa isso? – Apesar de positivamente abalada, conheço a voz de Jordan e estando bastante chateada, viro-me para responder ao mesmo tempo que me lembro que não sei quem foi o rapaz que me beijou. — Me afasto por uns minutos e agora encontro você beijando outro?! – Seu tom de voz me deixa envergonhada, chama a atenção dos presentes que começam a comentar que fui pega no ato de traição e isso tudo me deixa mais estressada.

— Eu não sou nada sua, NADA! Você não tem o direito de falar assim comigo. – Mary se aproxima e pede desculpa pela indicação na brincadeira. Aceito seu pedido, porém, não tenho vontade de continuar na boate, deixo Jordan e o pessoal da faculdade para trás e vou até o manobrista pedir meu carro. Mary tenta me impedir, mas é tarde demais, nunca passei uma vergonha dessa, assim como nunca fui beijada daquela forma e nem sei ao menos quem foi. Provavelmente o desconhecido pensou que eu era uma qualquer, comprometida e que estava traindo o namorado.

Esse julgamento eu realmente não merecia.

— Senhorita. – Sou despertada dos meus devaneios pelo manobrista que gentilmente segura a porta do carro para que eu entre. — Você está bem? Quer que chame um táxi? – Agradeço a preocupação, mas sem muita explicação, entro no veículo e sigo para casa.

...

Ao chegar, noto que meus pais ainda estão acordados o que significa que serei interrogada.

— Aconteceu alguma coisa, Lina? Você chegou cedo. – Bem como previsto, minha mãe é muito curiosa.

— Não, apenas estou cansada, o dia todo de festa consumiu minha energia. – Ela não parece muito convencida. — Onde está Junior? – Tento rapidamente mudar de assunto.

— Colocamos ele para dormir tem pouco tempo. – Fico aliviada por ele já estar descansando, pois amanhã nosso dia será longo com a mudança que pretendo fazer. — Vou dormir, meus amores. – Despeço-me dos meus pais.

— Tem certeza que está tudo bem, filha? – Confirmo que sim e rapidamente subo as escadas.

Sei o quanto minto mal, mas contar que saí da boate porque fui beijada de uma forma que perdi as estruturas, que estou com ódio mortal de Jordan e não sei quem foi o homem maravilhoso que me agarrou, está fora de cogitação.

Ao chegar no quarto, jogo-me na cama, abraço um travesseiro e perco-me nas lembranças dos momentos recentes, nos lábios mais gostosos, na sua língua que suavemente no início e com tanto desejo explorou minha boca, dos braços torneados no qual pude me sustentar enquanto todo efeito da brincadeira de mau gosto passava e nas suas mãos que passearam por minhas costas me causando arrepios.

Ao mesmo tempo que amo a lembrança, lamento por não saber quem foi, não ter visto claramente seu rosto e o pior, não tenho como esquecer aquele beijo, ele acaba de se tornar o beijo padrão para mim. Momentos depois tento abstrair, pois pareço uma louca adolescente sem desafios e sem rumo na vida, perdida em pensamentos de um único momento. Seja ele quem for, nem deve mais lembrar que existo e provavelmente está fazendo a alegria de outra na boate. Dadas as circunstâncias, decido me levantar e me preparar para dormir.

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