Um casamento tramado, Aurora será a noiva de um Bilionário. Mas o noivo não é o que ela pensava. Implacável, Difícil de lidar, Impossível de agradar. E... cadeirante. Tudo isso são as descrições que ela já conhece do seu futuro noivo, e o pior, seus olhos frios mostram que ela terá uma vida de casamento horrível. Será que ele já sabia de tudo? Sabia que Aurora era a sua noiva substituta? Aurora agora segue em direção ao altar com o coração nervoso e um segredo sem tempo para recuar. E do outro lado, uma corrente gelada percorreu a espinha de Andrews. Ele cerrou os punhos mantendo a expressão calma, mas ele estava sob ódio ao vislumbrar Aurora e perceber que algo estava muito errado. — Bem-vinda ao inferno, querida!
Ler maisPOV AURORA
Implacável. Difícil de lidar. Impossível de agradar. E... cadeirante.
Era tudo o que eu conseguia gravar sobre o homem que, em menos de uma semana, se tornou aquele com quem eu deveria me casar — mesmo contra a minha vontade.
— Eu estava trabalhando como empregada na mansão da minha irmã quando tudo começou a dar errado. Se bem que… já estava dando errado desde o instante em que pisei os pés ali.
— Para começar, eu só fui até aquela casa porque precisava encontrar meu pai. Precisava de ajuda. Mas o vi tão pouco... e ele mal me dirigia a palavra, como se eu fosse um problema iminente. E talvez fosse mesmo. Eu tinha vindo para trazer problemas — e buscava soluções.
— Tentei falar com minha irmã mais velha. Aquela com quem eu nunca tive nenhum tipo de relação antes.
— Ela jurou que ia me ajudar. Me convenceu a aceitar o trabalho na mansão, prometendo que pagaria bem. Disse que era temporário, que eu poderia juntar dinheiro. E eu acreditei.
— Mas desde o primeiro dia, percebi que tudo o que ela queria era me humilhar.
— Apesar de tudo, de estar em uma situação difícil, me sentia aliviada por não estar mais lá dentro. Eram tantas regras absurdas, tantas limitações… eu mal podia levantar a cabeça com dignidade sem ser punida. Nunca pensei que passaria um mês vivendo daquele jeito.
— E no fim? Ela simplesmente não me pagou. Nenhuma explicação. Nada.
— Só me deixou ali, presa num jogo sujo que eu nem sabia que estava jogando.
— De repente, eu estava envolvida em um acordo que não era meu. Um casamento que eu não escolhi. Com um homem que eu nunca tinha visto na vida.
— Sei muito pouco sobre ele… mas, pelas fotos, parece ser uma pessoa extremamente complicada. É como se fosse um perigo escondido atrás de um terno elegante e uma aparência impecável — mesmo sentado numa cadeira de rodas.
— Andrews Westwood.
— O homem mais poderoso da cidade. O tipo de homem que todos temem… mas ninguém ousa desafiar.
— E agora… era com ele que eu deveria me casar.
— Não por amor. Nem por escolha. Mas por desespero.
— Porque, depois de tudo… o que me restava?
— Eu queria o dinheiro que esse casamento poderia me dar. E vou atrás disso. A qualquer custo.
Andrews Westwood — meu futuro marido, se ele não desistir quando me ver, estarei amarrada a ele para sempre.
Eu estava sentada no carro quando as lágrimas começaram a cair. Mas as sequei rápido. Não podia parecer fraca. Não agora.
Minha vida nunca foi fácil. E, sinceramente, ser humilhada naquela mansão não foi o pior. O pior era essa sensação constante de estar sendo usada... descartada.
Mas dessa vez, algo dentro de mim mudou.
Eu estava com raiva. Raiva da minha irmã. Raiva do sistema. Raiva de mim mesma por ainda estar ali.
E medo. Medo dele. De Andrews Westwood.
Li tudo o que podia sobre ele. As manchetes o colocavam como um bilionário impiedoso. Um homem que construiu um império mesmo depois de perder o movimento das pernas. Um gênio cruel. Um estrategista que não perdoa erros.
E agora, ele seria meu marido.
Quando cheguei ao salão, fui tratada como uma boneca. Roupas finas, joias, maquiagem... Tudo que sempre pareceu tão distante de mim.
Me olhei no espelho e mal me reconheci. Estava linda, mas vazia. Uma noiva sem alma, pronta para subir ao altar com um estranho.
Eu sai do quarto por um instante, soube que ele estava no quarto ao lado, eu queria ver ele por um segundo e a porta estava entreaberta.
Andrews Westwood.
Dizem que ele raramente sorri, e quando o faz, é só para intimidar. Alto, imponente mesmo sentado, cabelo escuro sempre penteado para trás, olhos cinzentos que congelam qualquer um.
Ao lado dele, seu braço direito, Um homem leal, experiente, mas claramente desconfortável com o que estava prestes a acontecer.
— Foi uma surpresa ela aceitar o casamento — disse Donovan, cruzando os braços.
Andrews apenas sorriu. Frio. Cruel.
— Ela não tinha escolha. Foi encurralada. Eu sou a única saída respeitável que restou pra ela.
— E você realmente acredita que ela não vai tentar fugir?
— Ela tentou fugir de mim uma vez — Andrews disse, com a voz baixa e amarga. — E olha onde isso a trouxe. De volta. Só que, dessa vez... como minha esposa.
Donovan hesitou.
— Você não acha estranho ela insistir pra só ser vista no altar?
— Pelo contrário — respondeu Andrews, com um brilho perverso no olhar. — Vai ser ainda mais interessante. O mundo inteiro vai vê-la segurando a mão de um homem que ela despreza. Vai sorrir pras câmeras, fingir que está feliz. Mas eu vou saber a verdade. Eu sempre sei.
E, virando-se para a janela, completou com uma tranquilidade cortante:
— Quando tudo acabar... ela já estará presa a mim.
Eu ouvi brevemente e corri para minha sala novamente em menos de cinco minutos ele teria uma surpresa bem desagradável
A música começou.
O salão inteiro se levantou. As câmeras dispararam seus flashes. A expectativa era imensa.
E então... eu entrei.
Caminhei pelo corredor como se estivesse flutuando. Por fora, impecável. Por dentro, aos pedaços apavorada.
Andrews ergueu o olhar, esperando ver minha irmã, mas lá estava eu...
Mas eu vi nos olhos a surpresa quando ele percebeu que não era ela.
Cap. 184Ela estava ali, parada ao lado do bercinho, com um dos bebês nos braços. Embalava a criança lentamente, num movimento suave, como se estivesse em transe. O sorriso em seu rosto era doce, doce demais enquanto encarava a criança, pelas roupas azuis Andrews percebeu que ela tinha pego justamente o menino.Aurora dormia, inconsciente, sob efeito dos remédios. Os monitores ao seu redor piscavam normalmente. Ela sequer se movia.O pânico de Andrews veio silencioso, surdo, gelando-o por dentro. A voz lhe escapou num sussurro urgente enquanto se aproximava com cautela tentando não demonstrar ameaça.— Janete? O que você está fazendo aqui?Ela se virou lentamente, como se fosse a coisa mais natural do mundo. O sorriso permaneceu intacto.— Agora a gente pode ser feliz, Andrews — ela disse com uma calma perturbadora. — Acabou. Todo aquele sofrimento… acabou. A gente tem o nosso menino de volta.Andrews deu um passo à frente, tentando manter a calma, o olhar fixo no bebê — seu filho — an
Cap. 183As luzes frias da sala de cirurgia pairavam como luas pálidas sobre a pele sem cor de Aurora. Ela estava inconsciente, imóvel sobre a maca, respirando apenas com a ajuda dos aparelhos. Os monitores traçavam linhas rítmicas e impessoais, como se a vida dela estivesse pendurada em números e sons.Ao lado, Andrews vestia o jaleco cirúrgico com as mãos enluvadas trêmulas, os olhos fixos nela. Nunca estivera tão perto de desmoronar. Nunca estivera tão certo de que, apesar de tudo, não poderia estar em outro lugar.E então, o silêncio foi cortado.Um choro suave, quebradiço, pequeno e poderoso como um trovão em seu peito.— É uma menina! — anunciou o médico com um leve sorriso, erguendo o pequeno corpo recém-nascido, coberto de vida.Antes que Andrews pudesse reagir, veio outro som — mais alto, mais firme. Outro choro.— E aqui está o menino!O tempo parou. Andrews não se moveu. O coração parecia querer sair do peito, pulsando nos ouvidos, na garganta, nos olhos. Quando a enfermeir
Cap. 181Fiquei em silêncio por um instante, tentando absorver o que acabara de ouvir. As palavras ecoavam na minha mente como um trovão abafado. Quando finalmente falei, minha voz saiu baixa, firme, quase rouca de tanto conter o turbilhão por dentro.— Ninguém se aproxima dela. Mantenham distância. Não quero que ela saiba de nada... ainda. Eu mesmo vou até lá. Vou observá-la com os meus próprios olhos.Desliguei sem dizer mais nada. Já estava de pé antes mesmo de guardar o celular no bolso. Pela primeira vez em meses, eu tinha um destino — um propósito.Mas assim que vi o nome da cidade, algo se contorceu dentro de mim. Eu conhecia aquele lugar. Minha cidade de infância. Uma parte do meu passado que eu havia enterrado tão fundo que nem lembrava mais como era andar por aquelas ruas. E agora... ela estava ali. Aurora. Com quem? Por quê?Fui até o endereço que meus homens me passaram. Não sabia o que esperar. Talvez encontrá-la arrasada, perdida... ou até mesmo fria como da última vez. M
Cap. 180Ainda estava grávida. Tudo o que ele dissera... tudo o que ela ouvira. E mesmo assim, ela não havia contado. Ela preferiu fugir.— Entendi... — ele suspirou para si mesmo ao abrir a caixa de música, encontrando um sapatinho azul e pequenas fotos da ultrassonografia, claras, do bebê.Ele ficou ali, petrificado, olhando todas aquelas coisas e aqueles exames que ela estava fazendo escondida.Dias depois, a notícia chegou através de um dos empregados mais antigos, que recebera — por engano ou talvez por compaixão — um documento de uma clínica, encaminhado para a mansão: o último exame que Aurora tinha feito na cidade. Como não tinha ido buscá-lo, foi enviado diretamente para Andrews, que leu:"Paciente apresenta sinais compatíveis com gestação múltipla. Ultrassonografia recomendada para confirmação do desenvolvimento fetal."Andrews quase deixou o papel cair.Gêmeos.Dois corações. Dois batimentos que ele não conheceu. Dois destinos que ela escolhera proteger dele.Ele levantou n
Cap. 179Ela dobrava algumas roupas com cuidado, como quem realiza um ritual íntimo. Em cada peça, depositava mais do que tecido: colocava esperança, medo e uma coragem que nem sabia que tinha.Na porta do quarto, Mariana observava em silêncio.— Vai mesmo fazer isso? Nós já percebemos e estamos todos felizes que você não perdeu, isso é um milagre, mas... — sussurrou, num tom que era mais constatação do que pergunta.Aurora levantou os olhos, firmes apesar do rosto cansado.— Não posso ficar. Não com ele dizendo que se sente aliviado... Não com ele afundando e levando tudo com ele. Eu não vou deixar que essa criança sofra antes mesmo de nascer.Mariana assentiu. Caminhou até ela e pegou a mala de suas mãos.— Então vamos fazer isso direito.No final da tarde, Mariana ligou para Andrews e avisou que levaria Aurora para a casa de sua tia — ela queria ver seus irmãos.— Estou levando a Aurora para um passeio. Ela está sufocando aqui. Precisa... ver gente, mudar o ar. Seus irmãos vão anim
Cap. 178Pela manhã, Aurora mantinha a mesma rotina ao se sentar em frente à penteadeira — mas não para se arrumar. Ela tinha um novo passatempo.Era uma caixa de música velha, que ela havia pegado escondida no quarto infantil onde estavam guardados antigos documentos do filho falecido de Andrews. Era uma caixa antiga, mas ainda imponente em sua simplicidade. Tinha acabamento em madeira escura e, dentro dela, um pequeno bailarino rodopiava ao som de uma melodia suave. Aurora sempre ouvia com o coração apertado.A música a envolveu. Uma nostalgia amarga subia pelo peito, enquanto memórias de uma vida que parecia tão distante surgiam em sua mente.Foi então que seus olhos caíram sobre um pequeno par de sapatinhos de bebê, escondidos nas profundezas da caixa. Estavam ali como um segredo guardado, acompanhados por alguns pequenos papéis com registros especiais.Aurora tirou os sapatinhos de dentro da caixa e os segurou contra o peito, fechando os olhos com força. Uma lágrima escorreu por s
Último capítulo