Capítulo 7

 Angelina Mendes

Não consigo me entender, será que estou sendo fácil demais? Resistir e pensar são palavras que não estão no meu vocabulário no momento. Quando suas mãos tocam minha cintura, todo o meu corpo aquece, perco a noção do limite, sinto seu olhar me queimando; sua boca me chama para algo além de um beijo quente e, mesmo sabendo que ele é meu chefe, minhas pernas não se movem e eu não recuo. Somos interrompidos por batidas na porta e, mais uma vez, fico intrigada; o porteiro deveria avisar quem me procura por causa da minha segurança.

Abro a porta um pouco irritada, achando que Jordan voltou, porém vejo que é minha mãe, acompanhada por Junior. Junior logo reconhece o seu ídolo e passa correndo em sua direção. Quando olho para minha mãe, ela me fita de cima abaixo e já sei que ela está imaginando coisas que, provavelmente na minha cabeça, já fiz com este homem um milhão de vezes. Charles, por outro lado, me olha um pouco alarmado, sem saber o que fazer, e eu finalmente percebo que tenho que nos tirar dessa situação.

— Claro, mãe, na verdade ele é meu chefe, o Sr. Finningan do New York Jets. — Os olhos de minha mãe ao ouvir que ele é meu chefe dobram de tamanho e acho que só piorei a situação. — Eu pensei que Junior ia dormir com vocês. — Mudo de assunto, tendo esperança de que o constrangimento vai passar.

— Sra. Mendes, prazer em conhecê-la. — Charles estende a mão. — Imagino que a senhora deve estar se perguntando o porquê de eu estar aqui no apartamento de sua filha. Na verdade, vim sem avisar para lhe dar uma promoção na qual precisava de uma resposta imediata; acabei de chegar. — Com sua voz máscula de homem gostoso, ele omite descaradamente sobre o fato de estar aqui já há algum tempo.

— O prazer é meu, Sr. Finningan. — Minha mãe aperta a mão de Charles e volta a me olhar.

— Junior ficou com saudade, por isso o trouxemos. — Passeia o olhar pelo ambiente. — Bem, tenho que ir, seu pai está lá embaixo no carro à minha espera. — Acena para Charles, Junior e eu. — E vá trocar de roupa, Lina, essa roupa não é apropriada para receber seu chefe. Seu pai nem pode saber sobre isso. — Aponta para minha camisola. — Até mais, Sr. Finningan. — Minha mãe vai embora e me deixa finalmente com Charles, que no momento parece estar sem jeito com Junior.

— Filho, vem com a mamãe, tenho que te colocar para dormir, está tarde. — Tento levá-lo, porém ele demonstra resistência.

— Mamãe, preciso mostrar o boneco para ele. — Fico envergonhada e com receio de estar incomodando o chefe.

— Mostre-me então seus bonecos, campeão. — Finningan pisca para mim. Junior segura na mão de Charles e o leva para o quarto, enquanto eu sigo para a cozinha para tomar uma água; bebo cada gole demoradamente para aguentar a situação. Depois, fico sem saber o que fazer. Quando resolvo voltar para a sala, sigo em direção ao quarto. Charles sai um pouco apressado e quase me atropela.

— Aconteceu algo? — Ele me olha, porém evita os meus olhos.

— Amanhã conversamos melhor, eu tenho que ir, te ligo. — E antes que eu possa responder alguma coisa, ele me beija na testa, vai em direção à porta e me deixa sem entender bem o que aconteceu.

Sem ter o que fazer, vou para o quarto de Junior e ele me olha todo animado enquanto, sentado no tapete, guarda seus bonecos.

— Seu amigo é legal, mamãe. — Enquanto disfarço, penso... Legal? Legal para você, filho, porque ele acaba de me deixar desejosa dos seus lábios e nem me explicou o motivo.

— Que bom que gostou de conhecê-lo, meu amor, ele é meu chefe. Vamos dormir?

— Sem sono, mamãe. — Junior protesta.

— Tudo bem, vou colocar seu desenho e você assiste, depois venho desligar. — Preparo a caminha, troco a roupa dele, que todo independente já faz quase tudo só; ele deita, ligo sua TV e volto para a sala.

Perco-me em pensamentos, fico tentando entender o motivo de Charles ir embora daquele jeito e o beijo frustrante na minha testa após demonstrar tanto desejo. Depois de algum tempo montando o quebra-cabeça, decido ir deitar. Antes, desligo a TV de Junior e mais uma vez alguém, que parece muito impaciente, b**e na minha porta.

Meu Deus! O que está acontecendo hoje, hein?

Charles Finningan

Sinto-me mais frustrado do que na noite da boate. Agora que sei seu nome, endereço e, quando estava tão perto de ter Angelina, acabo conhecendo sua mãe e filho! Porra, por um momento tinha me esquecido da criança. Para completar a situação, ele é meu fã e tem toda uma coleção de bonecos. Sou arrastado para o quarto do menino e confesso que gosto do que vejo; parece um miniestádio, eu provavelmente ia querer ter um quarto desses quando criança.

Os olhos de Junior brilham ao me olhar, ele me admira a ponto de achar que sou um herói e isso é foda, enquanto eu, na verdade, só quero comer a sua deliciosa mãe.

— Quando crescer, quero ser igual a você. — Ele me olha completamente encantado.

— Vai ser sim, campeão. — Tento ao máximo ser simpático e tenho a impressão de que não estou sendo suficiente. Definitivamente, não sei lidar com o assédio das crianças.

— Você é namorado da mamãe? Se for, vai ser meu tio ou pai? — Porra! Uma criança de aparentemente quatro anos acaba de quebrar todos os ossos do meu corpo com apenas uma pergunta e me mostra a realidade do que é ter qualquer tipo de relacionamento com Angelina. Linda sim, gostosa demais e que deve ser boa de cama, porém não é para mim.

— Sou apenas amigo da mamãe e eu até gostaria de ficar conversando com você, mas tenho que ir, campeão. — Ele fica um pouco desapontado.

— Já? Ah! Que triste, volta depois? — O seu olhar de esperança me deixa um pouco compadecido.

— Volto sim. Até mais, campeão. — Junior abraça minhas pernas.

— Até, Finningan Jetssss. — Acho graça que ele imita direitinho o locutor do jogo.

Logo em seguida, saio do seu quarto e quase atropelo Angelina. Fico louco de desejo, porém me controlo por perceber que seria demais prejudicar os dois e, ao dar uma desculpa rápida, beijo sua testa e vou em direção à porta sem olhar para trás. Não posso cair na tentação de voltar. Já no meu carro, dirijo sem rumo, dando voltas e mais voltas nos quarteirões próximos do seu apartamento. Paro em uma loja de conveniência, compro uma água para tentar raciocinar, porém falho; minha mente e meu corpo ainda estão naquele apartamento. Sendo assim, dirijo em direção à sua residência, ansioso para ver Angelina, pois preciso terminar o que comecei.

...

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