Capítulo 5

Na noite seguinte, o movimento da boate é ainda maior.

Clientes importantes, convidados VIPs, todo mundo exigindo atenção redobrada. E, para piorar — ou melhorar, dependendo do ponto de vista —, Leo decide supervisionar tudo pessoalmente.

Normalmente ele ficaria no escritório ou no camarote reservado.

Hoje, ele caminha pelo salão como um general em campo de batalha, e a cada vez que nossos caminhos se cruzam, sinto meu corpo reagir como se levasse um choque.

— Lucy, preciso da sua ajuda. — a gerente da noite, Carla, me chama no meio do salão. — Um dos clientes do camarote privado pediu atendimento especial. Quero que você vá lá.

Franzo a testa.

— Eu?

— Sim. — ela revira os olhos. — E adivinha quem está acompanhando os convidados? O próprio chefe.

Meu estômago dá um nó.

Claro. Só podia ser.

Respiro fundo e subo para o segundo andar, onde ficam os camarotes VIP. Bato na porta indicada.

— Entre — a voz de Leo ordena.

Empurro a porta e entro.

O camarote é amplo, decorado com sofás de couro preto e luzes suaves. Alguns homens engravatados conversam animadamente, taças de champanhe nas mãos.

E Leo está lá, encostado na parede, olhando diretamente para mim assim que entro.

Sinto suas pupilas dilatarem, mesmo à distância.

— Esta é Lucy — ele apresenta, a voz firme. — Uma das nossas melhores dançarinas e garçonetes.

Os olhares dos homens se voltam para mim de um jeito que me deixa desconfortável.

Quero fugir. Mas mantenho o sorriso profissional.

— Boa noite, senhores. Em que posso ajudar?

Eles pedem bebidas, e eu anoto mentalmente cada pedido, tentando ignorar o peso do olhar de Leo em mim durante todo o tempo.

Quando termino de servir as bebidas, me viro para sair, mas Leo chama:

— Lucy, fique um pouco. Quero que supervisione o atendimento aqui esta noite.

Congelo.

Supervisionar?

Sozinha?

Com ele ali, me olhando daquele jeito?

— Claro — murmuro.

As horas passam devagar.

A conversa no camarote vai ficando mais descontraída — e mais inconveniente.

Alguns convidados começam a exagerar nas piadas e nas tentativas de "galanteio".

Não ultrapassam a linha, mas flertam perigosamente comigo, mesmo que eu não esteja dando a mínima atenção para nenhum deles a não ser meu chefe.

E cada vez que acontece, sinto Leo se enrijecer, sua expressão endurecendo.

Ele não diz nada. Não precisa. Seu olhar assassino é suficiente para colocar qualquer um na linha.

Em certo momento, um dos homens tenta colocar a mão no meu braço.

Antes que eu possa reagir, Leo já está ao meu lado.

— Ela não está à disposição. — sua voz é gelada, cortante. — Concentre-se na bebida, senhor.

O homem balbucia um pedido de desculpas, e Leo me segura gentilmente pelo pulso.

— Venha comigo. — ordena, sem dar espaço para contestação.

Ele me leva para o corredor reservado, longe dos olhos dos clientes.

Só então solta meu pulso, mas não se afasta.

Estamos tão perto que mal consigo respirar.

— Você não deveria estar exposta a esse tipo de situação — ele diz, a voz baixa e rouca.

— Faz parte do trabalho — respondo, tentando não me perder na proximidade dele.

— Não pra você. — Sua mão roça meu braço, um toque quase involuntário, mas que faz minha pele arrepiar.

— Leo... — começo, mas a tensão é tão densa entre nós que mal consigo formar palavras.

Ele encosta a testa na minha, fechando os olhos.

— Estou lutando contra isso — ele sussurra. — Mas está ficando impossível.

Meu coração dispara.

Se eu me movesse só um centímetro, nossos lábios se tocariam.

Se ele cedesse um pouco mais...

O corredor parece encolher à nossa volta.

Minha respiração é uma confissão silenciosa: eu quero. Quero tanto quanto ele.

— Me diga para parar — ele insiste de novo, a voz uma súplica.

Mas eu não digo.

Em vez disso, minha mão sobe devagar até o peito dele, sentindo o calor do seu corpo através da camisa.

Ele geme baixinho, um som gutural que faz meu ventre se contrair.

Por um segundo eterno, nossas bocas quase se tocam.

Mas, antes que o inevitável aconteça, ouvimos passos no corredor.

Leo se afasta de repente, o peito arfando, os olhos queimando de frustração.

— Volte para o salão — diz, a voz tensa. — Agora.

Assinto, tentando recuperar a compostura.

Enquanto caminho de volta, ainda sentindo o calor dele na minha pele, sei de uma coisa:

Não vamos conseguir resistir por muito tempo.

Naquela noite, já em casa, revivo cada segundo do que aconteceu.

Cada olhar, cada toque, cada palavra sussurrada.

A tensão entre nós é como um fio elétrico esticado até o limite.

E, mais cedo ou mais tarde, ele vai arrebentar.

Eu só espero estar pronta quando isso acontecer. Não sei aonde isso vai nos levar, mas quero descobrir aonde essa tensão vai nos levar.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP