Acordo com o sol entrando preguiçoso pelas frestas da cortina. O quarto está silencioso, mas a paz que paira no ar é tão densa que quase consigo tocá-la. Me mexo devagar, sentindo o corpo dolorido de prazer. As pernas pesadas, a pele sensível… e um sorriso idiota colado no rosto.
Leo está deitado de lado, me olhando como se a noite não tivesse passado. Como se tivesse ficado ali, me vigiando, admirando, desejando.
— Dormiu alguma coisa? — pergunto, com a voz ainda rouca.
— Não consegui. Fiquei olhando pra você e tentando acreditar que isso aqui é real.
— E conseguiu?
— Ainda tô processando.
Dou risada e me aproximo mais, colando meu corpo nu no dele. Ele me abraça com força, afundando o rosto no meu pescoço.
— Você ronca um pouquinho — sussurra, com a voz carregada de deboche.
— Mentira!
— Ronca sim. Mas é fofo. Tipo um gatinho asmático.
Dou um tapa leve nele, e rimos juntos. Esse tipo de bobagem entre nós é como remédio. Alívio depois do caos.
— Tá com fome? — ele pergunta, deslizand