Milena Duarte é atensiosa, meiga e cheia de sonhos, ela acreditava no amor, e tinha uma vida que considerava um romance de novela, até sofrer um golpe do destino, mas ela é corajosa e trabalhadora, não vai desistir da sua vida, e assim, acaba indo trabalhar na Inova Marketing Digital, um império da publicidade e marketing, onde conhece Leonardo Rossi um CEO com a personalidade ranzinza, tudo que ele quer é trabalhar em sua carreira e no império que herdou de seu pai, mas sua mãe insiste em lhe arrumar um casamento para começar sua própria família e dar orgulho ao sobrenome Rossi, Leonardo precisa fugir dessa cilada e acredita ter encontrado a maneira perfeita de fazer isso acontecer, Milena que se cuide. Conheça a história desse casal que não estava procurando pelo amor, e mesmo assim, acabam esbarrando nele e precisam lutar um pelo outro para que esse romance sobreviva ao caos criado por pessoas que não querem ver essa história com um final feliz.
Ler maisMas que droga de dia, ao sair de casa naquela manhã eu sabia que algo parecia errado, era quase como uma sirene tocando no fundo da minha mente "tem alguma coisa errada", mas eu não ouvi, ou melhor, fingi que não ouvi.
Comecei minha manhã normalmente, fiz o café da manhã pra mim e para o Rodrigo, meu noivo, que também já estava pronto para o trabalho.
Eu e ele estamos juntos a quase 6 anos, no ano passado ele me pediu em casamento e eu prontamente disse sim, é claro, nós já morávamos juntos, nos dávamos muito bem, era o passo óbvio, casamento, fiquei animada com a ideia, marcamos a data para novembro, ou seja, daqui 6 meses, como planejamos uma comemoração pequena, não precisaríamos de tanto tempo assim para planejar, tudo ia dar certo.
Estou me servindo de café, sentada à mesa quando Rodrigo sai do quarto esbaforido.
- Perdi a hora amor...
É claro que perdeu, ficou enrolando na cama, no celular enquanto o despertador gritava atrás dele, pedindo pelo amor de Deus que ele levantasse.
- Sei... Se atrasou com calma? - respondo em brincadeira.
Ele ri.
- Pois é
Ele se senta e come tão rápido que eu tenho absoluta certeza que ele não sentiu o gosto de nada, e muito provavelmente ainda queimou a lingua com o café, se tivesse levantado no horário...
- Que horas você chega hoje? - Ele pergunta de boca cheia, já se levantando da mesa e colocando seu prato na pia.
- No horário de sempre eu acho, lá pelas 18, se nada atrasar
- Tudo bem, nos vemos a noite então - ele dá um beijo em meu rosto e eu sorrio para ele, ele sai com sua maleta correndo porta a fora.
Continuo mastigando minha torrada com tédio, agora tomando café sozinha, já que Rodrigo acha que é normal engolir a comida sem mastigar, mas tudo bem, acontece, ele se atrasou, a noite jantamos com mais calma.
Termino meu café da manhã e arrumo minha bolsa para ir trabalhar, coloco um pouco de café no meu copo térmico, para ir tomando no caminho e saio pela porta.
Como trabalho aqui perto, geralmente vou a pé, sou secretária executiva de uma companhia, e adoro meu trabalho, infelizmente a empresa não anda muito bem financeiramente, mas tenho convicção de que tudo dará certo no fim das contas, não é como se meu salário de secretária fosse quebrar a empresa, então acho que estou salva por enquanto.
O pensamento me deixa distraida, tão distraida que nem percebo quando um adolescente dirigindo uma bicicleta como um perfeito desgovernado se aproxima de mim, ele passa tão perto que no susto, acabo derrubando todo meu café no chão.
- Mas que droga!
"Foi mal tia!" Escuto o garoto gritar, já longe, era só o que me faltava, pego meu copo do chão e bufo ao ver todo o líquido esparramado pela calçada, verifico minha roupa e por um milagre não caiu café nela, menos mal.
Sigo meu caminho até a empresa, agora com o dobro de atenção, com a sorte que eu estou hoje é capaz de ser atropelada por um skate até o fim do quarteirão.
"Tem alguma coisa errada" o pensamento me volta, mas eu o espanto rapidamente e continuo andando, trabalhar vai me distrair e esse dia vai acabar logo.
*
*
*
- Mila, eu sinto muito mesmo - Diz Sr. Vicente, com o olhar derrotado - Quero que saiba que eu lutei muito por seu emprego
- Tudo bem Sr. Vicente, eu entendo, sei como essas coisas funcionam - Digo tentando parecer neutra e racional, mas tenho que usar toda minha energia para não chorar.
- Sabe, a verdade é que não posso mentir pra mim mesmo, isso é questão de tempo, estamos quase fechando as portas - Ele parece cansado, e eu entendo a situação, Vicente foi um bom chefe enquanto pode, mas isso está fora da sua alçada.
Ele estica a mão por cima da mesa para um útimo aperto de mãos e eu o cumprimento.
- Estou torcendo por você garota, espero que tenha um futuro incrível
Eu saio de sua sala e me dirijo a passos largos para o banheiro, lá as lágrimas escorrem sem medo pelo meu rosto, agora estou desempregada, limpo o nariz com um lenço de papel enquanto tento me recompor.
Bom, não é como se eu precisasse trabalhar, Rodrigo ganha muito bem em seu emprego, mas como eu disse eu amo o que faço, sou boa nisso, e não me imagino sendo a esposa que fica exclusivamente em casa, não me vejo assim, mas pelo menos sei que posso contar com meu noivo até conseguir um novo emprego, é, tudo bem, vai dar certo.
Um pouco mais calma deixo o banheiro e sigo para minha mesa, agora minha antiga mesa, para recolher minhas coisas, coloco tudo em minha bolsa e sigo para sala do RH.
- Isso tudo é uma merda Mila - Diz Regina, ela trabalha no RH desde que o mundo é mundo, quase uma das fundadoras da empresa - Estão todos chateados e com medo
Concordo com a cabeça, a verdade é que não tenho forças agora para socializar, só quero que isso acabe, vou assinar esses malditos papéis e correr para casa.
Regina termina de me passar algumas orientações sobre a rescisão do meu contrato e depois de tudo assinado, sigo para fora do prédio, ao colocar meus pés na calçada não posso deixar de me virar e dar uma última olhada no prédio que passei os últimos anos, onde fiz amigos e quase me sentia em casa, suspiro profundamente, deixo o ar encher meus pulmões, verifico as horas, não é nem meio dia e eu já vivi o bastante pra uma semana, então começo o caminho de volta para casa.
Assim que pego minhas chaves na mãos elas caem no chão e eu me abaixo para pegar.
- Mas que droga de dia! O que mais pode dar errado? - Digo externalizando aqueles sentimentos.
Pergunta errada Milena, o universo pode entender isso como um desafio.
Coloco minhas chaves na fechadura e abro a porta, ao entrar em casa está um silêncio absoluto, mas um arrepio percorre meu corpo e o pensamento me volta a mente "tem alguma coisa errada".
Quanto mais nós aproximamos da casa, mais o oxigênio parece faltar. Leonardo foi me explicando o caminho e quando disse que estávamos chegando, não pude evitar de prender a respiração. Entramos em uma casa absurdamente bonita, era moderna e ainda assim clássica, a cara da família tradicional de Leonardo, ele dá a volta no carro abrindo minha porta e estendendo a mão para me ajudar a sair, o cavalheirismo dele é inegável.Apesar de tentar disfarçar, acho que meu rosto entrega o quanto estou nervosa pois antes de tocar a campainha da entrada Leonardo se vira de frente para mim, apoiando as mãos em meus ombros.- Não fique nervosa, vai dar tudo certo - ele esfrega um pouco as mãos por meus braços, como um acalento.- Espero que sim, não quero estragar tudo - Ei, olha pra mim - ele toca meu queixo levantando meu rosto - você não vai estragar nada, você sabe muito mais de mim do que pessoas que se acham próximas e na verdade não são - ele sorri - trabalhamos juntos o dia todo, convivemos
Milena ter topado participar desse meu esquema duvidoso já tirou um peso enorme das minhas costas, ela deu a ideia de fazermos um contrato, coisa simples, apenas para atestar o que seria permitido ou não, colocar limites para que nenhum dos dois fique desconfortável. Eu jamais faria alguma coisa que a desrespeitasse de alguma forma, mas se essa era uma maneira de ela se sentir mais confortável, tudo bem por mim. No fim, convencionamos os seguintes termos: “Toques leves como pegar na mão e abraçar são permitidos.”- Não fique se achando Sr. Rossi, apenas se for necessário claro, seria estranho se nós como um casal não nos tocássemos.- Tudo bem, concordo, próximo. “Beijos apenas suaves e se houver necessidade.”Ergo uma sobrancelha e vejo que ela está corada.- Está pensando em me beijar Srta. Duarte? Ela estala a língua e revira os olhos, mas sorri.- Só nos seus sonhos Sr. Rossi Ah Milena, mal você sabe que em alguns sonhos, você me beija mesmo. - Ta, e o que exatamente seria
Chego na empresa esbaforida, correndo para minha mesa, por mais que tivesse combinado com Leonardo que iria trabalhar depois do almoço, se ele mandou uma mensagem sabendo disso, provavelmente o assunto é importante, então vim o mais rápido que pude. Antes mesmo de conseguir colocar minhas coisas na mesa vejo a sombra de Lúcia atrás de mim, não consigo decifrar sua feição, é uma mistura de susto e brava? Ela está brava? Comigo? Mas porque razão seria? Tento me concentrar e agir normalmente, Lúcia não é uma mulher de fazer rodeios, então se ela tiver que me falar algo ela falará. - Bom dia Lúcia - dou um sorriso para ela. Ela suspira e melhora um pouco sua expressão, bom, talvez o problema não fosse comigo afinal. - Bom dia Milena, pode me acompanhar até o RH por favor? - Posso claro, mas o Sr. Rossi me mandou uma mensagem, acho que seria melhor eu verificar do que ele precisa primeiro - Ah não querida, fique tranquila, venha comigo primeiro, aquele cabeça oca pode esperar Nã
Aquela noite ainda pairava sobre mim, as lembranças, os cheiros, ela dormindo sobre meu peito, aquilo tudo era demais, eu não sabia mais como me controlar perto dela e estava vivendo no meu próprio inferno particular. Quando chego em minha casa, ela parece estranhamente vazia, como se a companhia de Milena preenchesse tanto o espaço que agora, em um ambiente sem ela, tudo ficasse… vazio. Afasto o pensamento e sigo para meu quarto, verifico meu celular e graças a Deus não tem nenhuma bomba urgente me esperando até agora, tem apenas uma chamada perdida de minha mãe, mas mais tarde eu lido com isso. Sigo para o banheiro para tomar um banho e começar o dia, mas me pego vacilando por um momento, como se a água fosse realmente tirá-la de mim, fosse apagar seu cheiro do meu corpo, respiro fundo tentando me concentrar na realidade, e a realidade era que aquilo não ia acontecer, ela não era minha e eu não podia alimentar o pensamento de que isso mudaria, não era certo, eu sou chefe dela e
Acho que nunca dormi tão bem na minha vida, pode ter sido o vinho ou o cansaço, mas tenho a sensação de ter dormido como uma pedra. Ainda estou de olhos fechados, curtindo aquele momento de sonolência, tem algo diferente no ar, um perfume, o perfume dele, aquele perfume ainda seria minha perdição, e agora minha casa estava toda coberta por seu cheiro, talvez seja isso que me fez dormir tanto. Estou bem tranquila sentindo o cheiro dele no ar quando um pensamento cruza minha mente: não me lembro dele ter ido embora. O pensamento é tão rápido e assustador que abro os olhos de repente me sentando, como quem fugia de um pesadelo. Acontece que não era um pesadelo, ali estava a razão do meu sono profundo, dormindo tão pesado quanto eu, meu chefe! Leonardo Rossi, dormindo no meu sofá comigo aninhada em seu peito como um gato, mas era só o que me faltava, como foi que isso aconteceu? A droga do vinho aconteceu, nós bebemos um pouco mas não estávamos bebados, a junção com o cansaço daq
Não sei explicar o que deu em mim, eu sabia que não devia levar aquilo adiante, sabia que precisava me afastar, mas tinha alguma coisa nela, em seu campo magnético, que me puxava como um ímã todas as vezes, aquilo estava me fazendo perder a razão, só isso explicaria o porque de eu estar subindo para o apartamento da minha funcionária a essa hora para jantar com ela. Não entendi bem o motivo do convite, ela parecia tão ansiosa quanto eu para sair daquele carro, por isso me surpreendi com sua pergunta e mesmo com meu cérebro gritando a todo vapor um sonoro não, meu corpo o ignorou completamente e disse sim, por essa razão agora estávamos em seu elevador, em completo silêncio. Assim que saímos do elevador ela me dá um sorriso e eu acompanho, paramos em frente a uma porta e ela começa a vasculhar sua bolsa acredito que procurando pelas chaves, ela abre a porta e acende a luz, tira o sapatos e os deixa ali ao lado da porta Junto com sua bolsa e as chaves que são deixadas em cima de um a
Último capítulo