A neve cai lá fora, um véu branco que apaga o mundo, mas dentro da suíte do Hotel Brown, o calor parece sufocante, mesmo com a pilha de travesseiros entre mim e Olivia. Deitado do meu lado da cama, o perfume de lavanda dos lençóis dela invade meus sentidos, trazendo de volta a noite passada — a voz dela tremendo enquanto falava do senhor Brown, as lágrimas escorrendo pelos olhos verdes, o momento em que derrubei os travesseiros e a puxei para um abraço. O corpo dela, quente e frágil contra o meu, era uma promessa e uma ameaça. Ela disse que o Hotel Brown é o legado do senhor Brown, que ele a tratava como princesa. Mas a dor na voz dela, a forma como falou dele, não era só gratidão. Era algo mais profundo, algo que não entendo. Por que o hotel é tão importante para ela? Por que ela chora como se tivesse perdido mais do que um mentor? Não sei quem ela é para o Hotel Brown, mas sinto uma necessidade urgente de descobrir — não só pelo meu plano de comprá-lo para os Carter, mas por ela. A