O hall do Hotel Brown brilha sob as luzes da árvore de Natal, o cheiro de pinho trazendo memórias da minha mãe pendurando enfeites, meu pai sorrindo ao fundo, o letreiro do hotel brilhando lá fora como um farol na neve. Há minutos, vi Noah sair do elevador, o contorno dele no espelho do corredor acelerando meu coração. A lembrança do perfume de lavanda da nossa antiga suíte, da noite em que nos rendemos um ao outro, ainda queima na minha pele, quente e perigosa. Mas a mágoa de suas palavras “Preciso de outro quarto” e a desconfiança de saber que ele quer comprar meu hotel, meu legado, me fizeram engolir o impulso de confrontá-lo. Apertei os punhos e segui em frente, a determinação pulsando como fogo no peito. O Hotel Brown é meu, herança de Robert e Eleanor Brown, e nem Noah, nem Christine, nem ninguém vai tirá-lo de mim.
Subo para a suíte, o som dos meus passos ecoando no corredor encerado, o cheiro de cera de chão misturando-se com o pinho que vaza do hall. A revista ainda pesa na m