Olivia
A neve cai em flocos pesados lá fora, um véu branco que apaga o mundo, mas no hall do Hotel Brown, as luzes da árvore de Natal brilham como um farol, o cheiro de pinho enchendo o ar com memórias que cortam como faca. Minha mãe, Eleanor, pendurando enfeites, seus cabelos castanhos brilhando sob as luzes, meu pai, Robert, rindo ao fundo, o letreiro do Hotel Brown reluzindo pela janela como uma promessa de eternidade. Essas lembranças me ancoram ao presente, onde a carta na minha bolsa pesa mais que o mundo. “O testamento está com Almeida. Ele sabe a verdade,” escreveu meu pai meses antes de sua morte. Sr. Almeida, o ex-gerente do hotel, amigo leal que me carregava nos ombros quando eu era criança, é minha única esperança de provar que sou a herdeira legítima do Hotel Brown. Christine mentiu por anos, dizendo que minha mãe não tinha direitos, que ela e meu pai não eram casados no papel. Pior, ela me fez acreditar que meu pai não se importava comigo, que me deixou sem nada quando