O carro deslizava pela rua como se soubesse de algo que eu não sabia. Eu também deslizava… mas por dentro. Ansiosa, curiosa, com o coração batendo em outro idioma. Cori estava no banco de trás, vendada como eu, cantarolando qualquer coisa sem ritmo, batucando os dedos no próprio joelho como se estivesse prestes a explodir de expectativa. Matt dirigia em silêncio, misteriosamente calmo, o que era basicamente a forma dele anunciar que algo grande estava acontecendo.
— Quanto falta? — perguntei, tentando soar casual.
— O tempo exato de uma surpresa bem feita — ele respondeu, com aquele sorriso na voz.
Bufei, mas sorri. Ele sabia me torturar com classe.
Quando o carro parou, meu estômago também parou. Matt saiu primeiro e abriu as portas, guiando nossas mãos como se estivesse conduzindo duas pessoas através de um portal secreto.
— Cuidado com o degrau… agora vira um pouco… isso.
Os passos ecoaram em um espaço maior do que os que eu esperava. O ar parecia diferente, mais fres