Lucile
Acordei com a luz suave do amanhecer entrando pelas cortinas claras do quarto. Por alguns segundos, não sabia se tudo tinha sido real ou apenas mais um sonho, desses que acordamos com lágrimas nos olhos por causa da saudade.
Mas então senti o peso morno de um braço sobre minha cintura, firme, protetor. O perfume dele ainda impregnava meu cabelo, e o som da respiração tranquila me ancorava na realidade. Russ estava ali.
Virei o rosto devagar, como se tivesse medo de perder aquele milagre que a noite nos concedera. Ele dormia com a expressão serena, sem a sombra da tensão constante que eu conhecia tão bem. Era como se, naquele instante, o mundo tivesse desistido de pesar sobre os ombros dele.
Meu peito apertou. Eu o amava de um jeito que me assustava, porque era um amor que não obedecia à lógica, nem às mágoas, nem às feridas.
Toquei de leve o rosto dele, traçando a linha do maxilar com a ponta dos dedos. Russ abriu os olhos devagar, e aquele azul tempestuoso me pren