O silêncio dentro do carro era como uma corda tensionada demais, prestes a arrebentar. Eu conseguia sentir a respiração dele, ainda pesada, como se tivesse acabado de sair de uma batalha. E de certa forma, tínhamos. Uma guerra muda, travada entre nossos corpos e a linha tênue que separava o desejo do abismo.
Russ estacionou em frente ao meu prédio. A mão dele continuava firme no volante, mas os nós dos dedos estavam brancos, denunciando o quanto se forçava a manter o controle. Quando finalmente falou, a voz era rouca, baixa, quase um sussurro carregado de ferro:
— Vou preparar outro contrato. — Ele não olhou para mim, como se fosse mais fácil encarar a escuridão da rua do que o fogo que queimava entre nós. — Só assim eu consigo fazer alguma coisa.
Eu franzi o cenho, confusa.
— Tem certeza de que precisamos de outro contrato?
Ele virou a cabeça devagar, e o olhar que pousou em mim era direto, intenso, como se não houvesse espaço para fuga.
— Sim. Exclusivo. — Sua boca des