Ainda sinto os lábios dele queimando nos meus quando Russ segura minha mão e praticamente me arrasta para fora da biblioteca. Meu coração bate tão rápido que parece querer romper o peito, e o silêncio cúmplice entre nós é mais ensurdecedor do que qualquer palavra poderia ser.
O ar frio do início da manhã chuvosa me acerta o rosto quando atravessamos o estacionamento. Ele não solta minha mão. Não olha para os lados. Age como se cada segundo fosse vital, como se eu fosse escapar se ele vacilasse um instante.
Quando a porta do carro se fecha atrás de mim, o espaço pequeno se transforma em uma prisão de desejo. O barulho do motor nem chega a ser ligado. Russ me encara por alguns segundos, como se buscasse um resquício de controle em si mesmo… e falha.
Ele se inclina e me beija.
Não é só intensidade, é urgência. O tipo de beijo que consome e destrói barreiras. Minhas mãos sobem para seu rosto, e eu sinto a barba por fazer arranhando levemente meus dedos, o gosto dele misturado co