Rodrigo narrando :Eu tava na minha sala, terminando de revisar os relatórios da parte da manhã, quando Marcela apareceu na porta com aquela bandeja de café e um sorrisinho que eu já conhecia bem.Ela entrou sem pedir, como se tivesse intimidade.— Trouxe seu café, Rodrigo — disse, colocando a xícara na mesa.— Obrigado — respondi, educado, mas sem tirar os olhos do monitor.Ela ficou ali parada, do lado da mesa.E eu já sentia que vinha merda.— Sabe… — começou, se inclinando devagar — hoje eu tô de folga à noite. Se quiser, a gente pode sair. Eu faço uma jantinha lá em casa. Tô morando sozinha agora, sabia?Levantei os olhos, surpreso.Ela tava literalmente se oferecendo.Do jeito mais direto e sem noção possível.— Marcela, eu…Antes que eu conseguisse terminar a frase ou pedir que ela se retirasse, ouvi a voz da Gabriela na porta.— Estou atrapalhando?Quando virei, senti o sangue sumir do rosto.Ela tava ali, na minha porta em pé.Com aquele olhar duro, direto, ferido.E na hora,
Gabi narrando :O beijo aconteceu rápido…Mas a sensação que deixou foi como um terremoto dentro de mim.Assim que os lábios dele tocaram os meus, tudo o que eu achava que estava sob controle desmoronou.Minha cabeça dizia pra empurrar ele.Pra parar aquilo. Pra não me deixar levar.Mas meu corpo… Meu corpo gritava outra coisa.Respondi o beijo antes mesmo de pensar.Como se já tivesse esperando por aquilo.As mãos dele na minha cintura, firmes.A boca quente, exigente. O cheiro dele tão perto, tão dele. Por alguns segundos, o mundo parou.Não tinha escritório, papelada, cargo, ex-noivo ou razão.Só tinha o Rodrigo.E eu ali.No meio de um furacão de sentimentos que me invadiu sem pedir permissão.Mas quando o ar faltou, me afastei com um impulso rápido, como se tivesse acordado de um transe.— Rodrigo… — murmurei, ofegante, com a mão no peito, tentando respirar.Ele também estava sem fôlego, os olhos grudados nos meus.— Me desculpa — ele disse de imediato. — Eu… eu não devia.Balanc
Gabi narrando :Acordei do transe num estalo, como se tivesse levado um banho de água fria no meio do fogo.Empurrei o peito dele com as duas mãos, ofegante.— Rodrigo… aqui não. Aqui não é lugar pra isso — falei, descendo da mesa apressada, já ajeitando a roupa, ainda sentindo as mãos dele no meu corpo, a boca no meu pescoço, o gosto dele nos meus lábios.Ele respirou fundo, passando a mão pelo rosto, e eu vi claramente: ele tava tão aceso quanto eu.Dava pra ver o volume evidente na calça, o peito subindo e descendo rápido, os olhos escuros de desejo.Abotoou a camisa devagar, me encarando com um meio sorriso, ainda sem desviar.— Então vamos sair daqui — ele disse, com a voz mais baixa, mais rouca, mais perigosa.— A gente tá em horário de trabalho — respondi, sem coragem de encarar ele por muito tempo. Meu corpo ainda tava tremendo. Eu queria… mas não podia. Ou pelo menos achava que não podia.— Faltam cinco minutos pro almoço — ele falou, olhando pro relógio no pulso. — Vamos, Ga
RODRIGO NARRANDO :Ela deitou na cama daquele jeito que me tirou o ar. A pele arrepiada, os olhos brilhando, meio nervosa, meio entregue. Gabi tinha um jeito doce… mas por baixo daquela doçura, eu via um vulcão prestes a explodir.Fui tirando minha camisa devagar, sem pressa. Queria que ela me olhasse. Queria que ela sentisse que aquilo ali não era só mais uma transa, era diferente. Peguei o olhar dela em mim e sorri de canto, jogando a camisa no chão.Abri o cinto, desabotoei a calça, sentindo o volume do meu paü pressionando o tecido. Ela mordeu o lábio, e aquilo me deu ainda mais vontade de enlouquecer ela.Tirei tudo. Fiquei nu diante dela, e ela me olhava como se fosse a primeira vez que via um homem de verdade. Subi na cama com calma, apoiando um joelho de cada lado do corpo dela, e me inclinei pra beijar sua boca. Um beijo mais calmo, mais profundo, só pra mostrar que eu tava ali inteiro, pra ela.Minhas mãos deslizaram devagar pelas coxas dela, subindo com carinho. Beijei sua
GABI NARRANDO :Eu ainda sentia meu corpo formigar inteiro.A cabeça no peito dele, a respiração tentando voltar ao normal, e um silêncio gostoso preenchendo tudo ao redor. O tipo de silêncio que vem depois de um furacão, daquele que te vira do avesso.Fechei os olhos por um segundo, sentindo o cheiro dele, o calor do corpo, o coração dele batendo forte, ainda acelerado, igual ao meu.Nunca imaginei que fosse assim. Que um motel, logo um motel, virasse cenário do momento mais intenso da minha vida. Mas ali, nos braços dele, eu nem lembrava mais de onde tava. Só sabia que tinha me entregado, de corpo, alma, desejo. Tudo.— Tá tudo bem aí? — ele perguntou, a voz baixa, rouca, enquanto passava a mão pelos meus cabelos.— Uhum… — murmurei, abrindo os olhos e encarando o teto espelhado. — Tô só processando.Ele deu uma risada suave e beijou minha testa.— E aí, primeira vez em motel aprovada?Olhei pra ele e sorri, meio sem graça.— Acho que vou ter que voltar mais vezes agora, mas só se f
RODRIGO NARRANDOEla entrou no carro e se ajeitou no banco, cruzando as pernas, jogando o cabelo pro lado com um jeito tão natural que me deu vontade de parar tudo de novo só pra olhar.Dirigi em silêncio por alguns minutos. Não era aquele silêncio tenso, forçado, era tranquilo. Um silêncio que falava. A gente já tinha dito tudo com o corpo. O olhar. O toque.Olhei de canto pra ela e vi aquele sorrisinho ainda estampado no rosto. A boca dela parecia ter nascido pra me provocar.— Tá sorrindo por quê? — perguntei, com um meio sorriso também.— Sei lá… — ela respondeu, rindo leve. — Só tô bem."Bem." Aquilo ali foi a confirmação de que o que a gente viveu não foi só fogo do momento. Foi mais. Porque quando uma mulher sorri desse jeito depois, é porque sentiu. De verdade.Voltei os olhos pra estrada, mas por dentro eu ainda tava com a imagem dela se contorcendo embaixo de mim grudada na pele.— Tu devia sorrir assim mais vezes — falei, sem pensar muito. — Te deixa ainda mais bonita.Ela
Prólogo : Guilherme narrando : Eu sabia que aquele dia não seria como os outros. Desde o momento em que acordei, uma sensação estranha me acompanhava, como se algo estivesse prestes a acontecer. Algo ruim. O meu instinto gritava, mas eu ignorei. Estava ansioso para ver Camila, para sentir o seu cheiro, para tê-la nos meus braços mais uma vez. Era como um vício, uma obsessão que eu não conseguia controlar. A casa de praia da família dela era o nosso refúgio, o lugar onde podíamos nos esconder do mundo. Onde ela me dizia, entre suspiros e beijos, que nunca sentiu nada igual. E eu sempre acreditei nisso. Eu acreditei que ela era minha, assim como eu era dela. Cheguei lá com o coração disparado. A porta estava entreaberta, como se estivesse me esperando. Algo no silêncio do lugar me incomodou. O som das ondas parecia distante, abafado pela sensação sufocante que tomou conta de mim. Um arrepio percorreu minha espinha. — Camila? — chamei, a minha voz soando estranha até para mi
Capítulo 2 Camila narrando : Eu tinha 17 anos e, naquela época, o meu mundo ainda era a escola. Eu estava acostumada com aquele ambiente, com a rotina de ser a filha da família rica que todo mundo respeitava, ou, se fosse o caso, temia. Eu não me importava muito com isso, na verdade. Tinha meus amigos, as minhas coisas, e um futuro aparentemente já traçado. Mas tudo mudou quando ele apareceu. Ele estava no meu último ano de escola, mas era novo, um novato que parecia ter saído de algum lugar muito distante da minha realidade. Eu lembro bem do primeiro dia em que ele entrou na sala, com aquele olhar desconfiado, como se estivesse analisando cada pessoa, cada detalhe do lugar. Ele era diferente de todos os meninos que eu já conhecia, e não era só pelo jeito de andar, mais solto, mais confiante de uma maneira que eu não sabia explicar. Eu tinha acabado de sentar no meu lugar, perto da janela, quando ele entrou. Seu nome era Guilherme, e logo ele virou o assunto da turma. Gênio dos