Gabriela narrando :
Assim que ele saiu da minha sala, eu me larguei na cadeira com um suspiro pesado.
A porta mal tinha se fechado e eu já tava passando a mão na nuca, como se isso fosse aliviar a tensão absurda que meu corpo tava sentindo. Ele perguntou se tava tudo bem e eu menti.
Claro que não tava.
Como poderia estar, depois daquele sonho?
Depois daquele olhar?
Fechei os olhos por um segundo e me joguei pra trás na cadeira, tentando respirar fundo.
— Puxa pra realidade, Gabriela… — murmurei pra mim mesma.
Mas como, se toda vez que eu olhava pra ele, minha pele arrepiava? Me forcei a abrir a pasta com os relatórios e comecei a revisar item por item, tentando afundar minha cabeça no trabalho. Linha por linha, número por número.
Como se isso pudesse apagar o calor que ainda queimava no fundo da minha barriga.
Mas mesmo ali, entre contratos e gráficos, o nome dele martelava na minha cabeça.
Rodrigo.
E o pior é que ele tava ali…
No mesmo andar.
A poucos metros.
E a qualquer momento, po