RODRIGO NARRANDO
O som do violino ecoava leve, atravessando o jardim, se misturando com o cheiro das flores e aquele burburinho de gente emocionada. O sol batia de um jeito bonito, não quente demais, mas suficiente pra deixar tudo dourado.
E eu tava ali.
No altar improvisado, montado com tanto carinho no quintal da casa dos pais da Gabi, com um tapete branco que ia até o portão da frente e flores brancas e verde musgo e vermelho em cada canto. Tudo simples, elegante, com a cara dela. Da gente.
O coração batia num ritmo que eu nunca tinha sentido antes. Não era nervoso. Era emoção pura.
Tava usando o terno azul que ela mesma escolheu.
— Esse tom fica lindo em você, amor — ela disse no dia da prova, passando a mão pelo tecido com aquele olhar de quem já sabia que ia me ver ali, parado, esperando por ela.
Gravata clara, camisa branca impecável, sapato engraxado no capricho. Mas nada disso fazia sentido sem ela.
Ao meu lado, o Guilherme, agora muito mais sogro do que patrão, respirava fu