GABI NARRANDO
Quando ele encostou a testa na minha, antes do beijo, eu senti tudo.
O mundo inteiro parou.
Era como se o vento tivesse prendido a respiração junto comigo. Como se o sol tivesse segurado a luz só pra esse momento. Como se todas as minhas dúvidas de vida tivessem sumido, uma por uma, no silêncio do olhar dele.
E aí, ele me beijou.
Com calma. Com firmeza. Com verdade.
A palma da mão dele na minha cintura, os lábios quentes nos meus, o sabor de uma promessa que já vinha sendo cumprida desde o primeiro “bom dia” dele com voz rouca.
O beijo acabou, mas a emoção não.
Quando nos separamos, vi a minha mãe chorando, meu pai secando o canto dos olhos disfarçadamente, minha vó com a mão no peito repetindo “graças a Deus”, e o Gustavo batendo palma como se fosse o campeão da Copa.
Olhei pro Rodrigo. Pro meu marido.
A palavra ainda era nova. Pesava bonito na língua.
Marido.
Ele sorriu pra mim e segurou minha mão como se nunca mais fosse soltar.
E eu?
Eu tava ali. Vestida de branco, d