GABI NARRANDO
— Gabi… filha, acorda. Hoje é o dia.
A voz da minha mãe veio baixinha, doce, misturada com o som da cortina sendo puxada e a luz invadindo o quarto. Abri os olhos devagar, piscando contra a claridade, e demorei uns segundos pra lembrar… pra sentir… pra acreditar.
Hoje é o dia.
O meu dia.
Sentei na cama, o coração já batendo diferente, como se soubesse que a vida tava prestes a mudar. A brisa da manhã entrava pela janela, e lá fora, o sol brilhava como se também tivesse sido convidado pra cerimônia.
— Dormiu bem? — minha mãe perguntou, com aquele sorriso cheio de emoção.
— Nem sei… — respondi, rindo baixinho. — Acho que meu coração passou a noite acordado.
Ela se aproximou, sentou na beirada da cama e pegou minha mão.
— Eu sempre sonhei com esse dia. Mas ver tua felicidade desse jeito… é mais bonito do que qualquer sonho que eu imaginei.
Os olhos dela marejaram. E os meus também.
Abracei minha mãe forte, com o peito cheio, a pele arrepiada, e sussurrei contra o ombro dela