O Dia dos Namorados finalmente chegou.
A loja estava um delírio de amor e bagunça.
Os kits voavam das prateleiras como se tivessem asas. Clientes se esbarravam rindo, tiravam selfies no mural “Frases para Amores de Verdade (e de Guerra)” — com pérolas como “Te amo mais que açaí, e olha que é muito” e “Nosso relacionamento sobreviveu a reforma, logo, é eterno”.
Bruce desfilava entre as pernas dos fregueses com uma gravata borboleta vermelha que mais parecia uma pipoca de tecido mal colocada. Já Conde de Meow observava tudo de cima do balcão, com sua coleira brilhante escrita “CEO da Bagunça”, julgando silenciosamente cada escolha humana ali.
Tudo era barulhento. Tudo era caótico. Tudo era feito de improvisos, tropeços, acertos por acaso.
Tudo era exatamente como eles.
Mas Rafael escondia um segredo no meio da correria — um plano costurado entre fitas adesivas, madrugadas em claro e suspiros nervosos.
Durante semanas, enquanto Valentina dormia com a cara colada no caderno de pedidos ou