As manhãs na residência da Condessa de Merivale costumavam ser momentos de calmaria e delicadas conversas, onde os pingos do chá e o tilintar das porcelanas compunham a trilha sonora da aristocracia londrina. Porém, naquela terça-feira em particular, a serenidade da mansão foi abalada pela chegada impetuosa da tia Marigold Fairweather — uma mulher de presença imponente, voz firme e opiniões afiadas como uma espada.
Beatrice, que se preparava para mais um dia aparentemente banal, não poderia imaginar que aquele encontro traria uma reviravolta em seus planos de manter distância do Marquês de Hensley.
O toque insistente da criada na porta do quarto anunciou a entrada da tia.
— Senhorita Beatrice, a senhora Marigold deseja falar com você na biblioteca — informou Mrs. Milton, com um olhar que misturava simpatia e preocupação.
— Muito bem, diga que vou imediatamente — respondeu Beatrice, ajeitando o lenço no pescoço e tentando acalmar o leve nervosismo que lhe crescia no peito.
Ao chegar à