Julian

Há algo de puro na execução, precisa de um plano. Como uma partitura tocada sem erro. É nisso que penso enquanto observo o carro carbonizado ao lado da ribanceira, com as luzes da polícia refletindo nas folhas molhadas da estrada.

Mais um... Mais um nome riscado da lista.

Me afasto da cena antes que a perícia comece. Já não faço questão de observar os detalhes eu os planejei. Não há digitais. Não há testemunhas. Não há câmera que capte mais do que um vulto à distância. Porque tudo o que fazemos… é no silêncio.

Voltei para o carro, limpo as luvas com cuidado antes de jogar no incinerador portátil no porta-malas. Sento ao volante, puxo o telefone e digito uma única palavra.

“Feito.” A resposta veio em segundos, de Vincent. “Próximo.”

Minha função é clara. Eu sou o eco do pensamento dele. Sou o bisturi afiado que corta sem deixar cicatriz. Enquanto Vincent lidera como um cão de guerra, eu deslizo pelas frestas, invisível, letal.

Vincent não precisa me dar ordens longas. Eu entend