Vincent
Julian entrou sem bater, o semblante duro como concreto. O jeito seco com que jogou o pen drive sobre o balcão já anunciava que havia mais naquela missão do que simples dados. Peguei o dispositivo, mas não conectei. Esperei.
Ele me encarou por um segundo. Então tirou algo do bolso. Um papel dobrado. Aquele tipo de dobra feita com pressa, como quem esconde algo perigoso. Quando abriu, mostrou a foto.
Foquei no que via em silêncio por longos segundos. A imagem não parecia antiga. Pelo contrário , estava em ótimo estado, colorida, nítida. Demais para uma memória que deveria ter sido apagada pelo tempo.
Meu pai, Francesco… e um terceiro homem. O rosto dele era uma cicatriz aberta na minha mente. Marco Ricci.
O nome ecoou dentro de mim como um trovão. O homem que meu pai jurou esta morto. O traidor por trás da queda da velha guarda. O responsável indireto ou direto , pela morte da minha mãe.
Mas havia algo errado com aquela foto.
Peguei com calma, mas por dentro tudo era cao