No quarto da sua residência, Amara segurava o celular com as duas mãos. Seus olhos estavam fixos na tela, onde o nome de Théo piscava suavemente, como se chamasse por ela. Havia prometido ligar — e ele estava esperando.
Ainda assim, hesitou.
Respirou fundo. Não era só uma ligação. Era um passo contra tudo o que vinha evitando nos últimos cinco anos.
Desde a perda que marcara sua alma, falar com crianças fazia seu peito doer. Era como revisitar um quarto vazio, ecoando lembranças do que nunca chegou a ser. O filho que não conheceu. O futuro que lhe foi arrancado.
Mas havia algo em Théo… algo diferente. Ele não trazia dor, trazia luz. Sua voz, sua timidez, seu olhar... tudo nele aquecia uma parte do coração de Amara que ela acreditava ter congelado.
Então, com um último suspiro, apertou o botão verde.
— Alô? — a voz dela saiu como um sussurro.
Amara sorriu, com ternura, após ouvir a saudação de Pietro e sussuros por parte dos presentes. Após um curto silêncio, Amara deu sequência.
— Théo