O calor parecia consumi-la por dentro, como se cada parte de seu corpo estivesse sendo tocada por fogo vivo. Era um incêndio silencioso, denso, que queimava sob a pele, igual à lava de um vulcão prestes a explodir. E a única forma de aliviar aquela febre interna estava bem ali, à sua frente. O toque de um homem.Sem pensar, Amara deixou que seus dedos se agarrassem à pele fria daquele desconhecido. Não era desejo. Não era amor. Era sobrevivência. Como se seu corpo gritasse por socorro e ele fosse a única saída. A dor se misturava ao prazer, num ritmo lento, hipnótico, que se intensificava como fogos de artifício estourando no céu escuro da sua mente. Ela flutuava, subia e descia, perdida num mar quente, sem forças para lutar contra aquela correnteza.— Ei... acorde. Está sentindo esse frio? Pode acabar pegando um resfriado.Um toque leve no ombro a fez abrir os olhos, ainda meio sonolenta. A luz branca da sala a cegou por um instante, e a imagem da enfermeira surgiu, trazendo-a de vo
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