O mar batia suave nas rochas da costa portuguesa, e o vento trazia o perfume salgado misturado ao cheiro de terra e uva. Para Matteo Jr., era uma sensação estranha e familiar ao mesmo tempo — como se Montevino tivesse se transformado em ondas.
Ele estava em Lisboa, convidado para participar de um evento de vinhos europeus. O projeto que começara em Bordeaux o levara mais longe do que imaginara, e agora, entre taças e idiomas misturados, ele se sentia parte de algo maior — o mundo se abrindo diante dele, como um vinhedo infinito.
Mas havia também uma saudade silenciosa — o som distante do vento em Montevino, o riso da avó, o eco da voz de Clara cantando entre os vinhedos.
Um Encontro à Beira do Tejo
No segundo dia do evento, Matteo caminhava às margens do Tejo, com um caderno de notas e a cabeça cheia de ideias sobre um novo vinho — um blend entre a força da Toscana e a leveza do Atlântico.
Foi então que a viu.
Ela desenhava no caderno, sentada num banco de madeira, com os cabelos escu