O inverno havia chegado à Toscana, trazendo consigo o perfume das pinhas queimando nas lareiras e o som distante dos sinos da pequena igreja de Montevino. A vinícola estava vestida de festa — fileiras de luzes douradas pendiam entre as árvores, as janelas exibiam guirlandas de azevinho, e o ar parecia carregar um tipo de magia antiga, o tipo que só o Natal em família podia despertar.
Chiara caminhava pelo terraço com um xale sobre os ombros, observando as luzes piscarem entre as vinhas adormecidas. Ao seu lado, Luca ajudava os funcionários a colocar a estrela no topo da grande árvore central do pátio. Giulia, agora sua companheira, coordenava a decoração das mesas, rindo com os sobrinhos que corriam de um lado a outro, cobertos de neve e alegria.
Na casa principal, os aromas de panettone, vinho quente e castanhas se misturavam. As vozes ecoavam pelos corredores, misturando italiano, português e espanhol — Montevino agora era um lar de muitas línguas, muitas almas, mas um só coração.
N