— Faz um favor pra mim?
A voz de Max surge pela porta do quarto, atrapalhando a minha leitura do trabalho de filosofia.
— Depende — respondo, sem nem olhar pra ele. — Se envolver criança, cachorro ou drama alheio, tô fora.
— Relaxa, é só ir até o apartamento da Elara — ele diz, calmo demais pro próprio bem. — Ela tá com problema pra mover uma mesa.
Levanto uma sobrancelha, devagar.
— Elara? Tipo… Elara Quinn?
— Aham. — Ele dá de ombros, pegando as chaves do carro no bolso. — Ia te avisar antes, mas ela já sabe. Ou quase isso.
— “Quase isso”? — pergunto, desconfiado.
— Eu só disse que você tava em casa e que podia ajudar.
— Você o quê? — largo o livro na cama, incrédulo. — Max, você é um grande filho da…
Mas ele já saiu, fechando a porta atrás de si com aquele sorrisinho de quem adora ver o circo pegar fogo.
Suspiro, passando a mão pelo rosto.
Claro. Tinha que ser ela.
Elara Quinn é o tipo de mulher que consegue me tirar do sério em menos de cinco minutos — e o pior é que parece se