Um som seco cortou o silêncio da noite — não alto, mas o bastante para fazer Kael se virar com a mão discretamente indo até a adaga presa à cintura.
Passos apressados. Respiração acelerada.
Mirena surgiu entre os corredores de pedra, a capa oscilando com o vento e os olhos firmes, como se já soubesse onde estávamos.
— Precisamos conversar. Agora. — Sua voz não admitia recusa.
Kael franziu o cenho, mas assentiu com um leve movimento de cabeça. Seguimos os dois até uma área mais reservada, nos fundos do palácio, onde nenhuma música ou vela alcançava.
— Recebi uma resposta. — Mirena disse, sem rodeios, já sacando um pequeno amuleto de madeira do bolso da túnica. — E não veio da realeza… nem de dentro do castelo.
Kael estreitou os olhos.
— Como assim?
— O rastro da maldição… tem cheiro de floresta antiga. Velha magia. Não é feita por mãos nobres, nem por quem se senta em tronos.
Elisa olhou para ela, surpresa.
— Então… não foi alguém da corte?
— Não. Foi alguém esquecido. Escondido. Talve