Lorenzo sabia que se aproximar de Gabriel não seria simples. Isadora era cuidadosa. Discreta. E certamente havia instruído a babá a jamais permitir que estranhos chegassem perto do menino. A simples ideia de abordá-lo diretamente soava absurda — e errada. Mas ele não podia esperar indefinidamente. Não mais.
Por isso, traçou um plano.
E como todo bom plano, começaria pelo elo mais acessível: a babá.
Seu nome, segundo o relatório, era Clara. Tinha vinte e oito anos, morava em um bairro tranquilo, era formada em pedagogia, e trabalhava com a família há quase quatro anos. Tinha ficha limpa, boas referências e — como Lorenzo já observara — era zelosa, atenta e firme com Gabriel. Exatamente o tipo de pessoa que ele próprio contrataria para cuidar de um filho. E isso, por si só, despertava um respeito imediato.
Mas também representava um obstáculo.
Clara jamais deixaria um homem desconhecido se aproximar de Gabriel. Isso ele tinha certeza.
Por isso, não seria um desconhecido por muito tempo.