A porta da sala se abriu com um leve estalo.
Isadora se virou rapidamente e viu tia Catarina entrar com passos decididos, o sobretudo bege contrastando com os tons frios do escritório. Os olhos atentos varreram o ambiente antes de pousarem no rosto da sobrinha.
— Você está pálida, querida. O que está acontecendo?
Isadora tentou sorrir, mas os lábios só esboçaram um movimento tenso. Caminhou até a tia e a abraçou forte. Um daqueles abraços silenciosos que dizem tudo o que as palavras não conseguem.
— É ele, tia. O Lorenzo. Ele está aqui… na Irlanda. — Sua voz saiu embargada, como se o nome tivesse peso demais para ser dito em voz alta.
Catarina puxou Isadora até o sofá, sentando-se ao seu lado com a calma de quem enfrentou muitas guerras e sobreviveu a todas.
— Começa do início, filha. Me explica com calma.
Respirando fundo, Isadora contou tudo: o e-mail, a proposta absurda de vantajosa, a minuta do contrato já entregue, a reunião marcada para as quatro da tarde. Catarina ouvia em silê