Lorenzo não vivia. Apenas sobrevivia.

Cinco anos haviam se passado desde o dia em que Isadora Mendes sumiu da sua vida como um sopro. Desde então, ele se tornara um homem vazio. O que antes era chamado de “coração de gelo” havia se transformado em um iceberg inteiro — imóvel, inacessível, solitário. O mundo seguia seu curso, mas dentro dele tudo estagnara.

Afundou no trabalho como quem tenta se esconder de si mesmo. Mergulhou em contratos, reuniões, fusões, estratégias e planilhas intermináveis, como se os números fossem capazes de anestesiar a dor que se espalhava em silêncio por cada fibra de sua alma. Fez fortuna. Aumentou ainda mais seu império. Mas a verdade? Era um império construído sobre ruínas.

Saiu com outras mulheres, claro. Inúmeras. Algumas belas, outras interessantes. Nenhuma ficou. Nenhuma passava da segunda noite. Nenhuma tinha aquele jeito atrapalhado, aquela boca desafiadora, aquele olhar que desarmava qualquer armadura que ele vestisse.

Isadora era insubstituíve