O terceiro dia começou com uma energia diferente. Não era medo, tampouco ansiedade. Era algo parecido com expectativa — como quem sabe que está pronta para algo maior. Isadora passou o batom com mais precisão do que o habitual, ajeitou os cabelos e calçou os saltos como quem calça armadura. Hoje era dia de falar. E ela não ia gaguejar.
Chegou à empresa no horário, como de costume. Recepcionista, elevador, bom-dia aos colegas — tudo seguiu seu curso normal. Mas seu coração, ali dentro, vibrava em outra frequência.
Na sala de reuniões, a equipe do setor de tecnologia já se acomodava. Telas acesas, cadernos abertos, expressões mornas. Catarina a esperava na cabeceira da mesa, indicando com um gesto sutil para que ela se posicionasse à frente. Era a deixa.
Isadora se levantou. Caminhou até o centro com a naturalidade de quem já esteve ali — porque já esteve. Só que agora, as coisas eram diferentes. Antes, era apenas alguém com talento. Agora, era alguém com nome, espaço e propósito.
— Bom