O segundo dia começou cedo, mas não surpreendeu Isadora. Estava acostumada com rotinas intensas, prazos curtos, planilhas complexas e decisões rápidas. Já tinha comandado reuniões, lidado com fornecedores, enfrentado crises inesperadas e segurado pepinos maiores do que a maioria das pessoas imaginava. Na empresa de Lorenzo, antes de tudo desmoronar, ele havia lhe confiado a liderança de um departamento — e ela entregava resultados. Trabalhar duro não era novidade. Ser líder, também não.
Levantou, se arrumou com foco e vestiu mais do que um tailleur: vestiu o papel de mulher preparada. Porque era isso que ela era, apesar do caos recente. O caos não anula a competência — e ela sabia disso. Agora, não precisava mais provar nada a ninguém. Era hora de ocupar os espaços com a autoridade de quem já havia se doado muito sem reconhecimento. Agora, era diferente.
Chegou à empresa antes do horário. A recepcionista lançou um sorriso:
— Segunda vez pontual. Os colegas vão começar a desconfiar