O avião pousou com um tranco seco, como se até o céu tivesse pressa de colocá-la no chão. Isadora não reagiu. Estava sentada à janela, de olhos fixos em um ponto qualquer no horizonte nublado da Irlanda. Seu corpo pedia descanso, sua mente implorava por trégua, e seu coração... bom, esse já não sabia mais o que sentir.
Horas de voo, conexões, filas, silêncio. E nada parecia real. Era como se estivesse assistindo a um filme triste e cansativo onde a protagonista tivesse sido arrancada da própria vida — e agora, vagava em busca de algo que nem sabia o que era. Estava exausta. Física, emocional e espiritualmente.
A porta do avião se abriu, o vento frio irlandês a atingiu como um lembrete de que aquele era um novo mundo. Uma nova vida. Ou ao menos, um esconderijo.
Isadora caminhou até o saguão do aeroporto, arrastando esforço sua mochila que parecia maior do que o peso real. E então a viu. Sua tia.
Catarina Mendes.
A mulher exalava poder. Vestia um trench coat bege impecável, bot