O domingo amanheceu com uma luz tímida filtrando pelas cortinas claras do quarto. Isadora abriu os olhos devagar, sentindo o peso de um corpo ainda colado ao seu. O braço de Lorenzo repousava sobre sua cintura, firme, como se mesmo inconsciente ele se recusasse a deixá-la ir.
Ela virou o rosto, observando o perfil dele. Dormia com a mandíbula relaxada, os cabelos levemente bagunçados, e um traço de vulnerabilidade que ela jamais pensou ver naquele homem. Lorenzo Alcântara — o mesmo que a colocara contra a parede com palavras afiadas e olhares gélidos — agora respirava suavemente em sua nuca, como se aquele espaço entre eles nunca tivesse existido.
Isadora fechou os olhos de novo. Queria guardar aquele momento como quem segura água nas mãos: sabendo que escapa, mas tentando aproveitar cada gota. O que tinham feito na noite anterior… não fora só sexo. Não para ela.
E talvez, só talvez, não para ele também.
Ela se mexeu devagar, tentando sair da cama sem acordá-lo, mas sua tentativa foi