Lorenzo estava no quarto do hotel cinco estrelas que escolhera com discrição ao chegar à Irlanda. O ambiente era silencioso, luxuoso e estrategicamente distante do burburinho de Dublin. Sentado em uma poltrona de linho cinza, encarava um buquê de flores que havia comprado no caminho para o hotel. Elas estavam ali, intocadas sobre a mesa de centro, como um lembrete de sua impulsividade.
Ele suspirou. Como ousava pensar que flores resolveriam tudo?
Isadora não era mais aquela garota vulnerável que se perdia em seus olhos. A mulher que agora ocupava os noticiários de negócios com sua presença firme e inovadora à frente de uma empresa não se renderia a gestos simbólicos ou palavras vazias. Não mais.
Lorenzo se recostou e passou as mãos pelo rosto. Precisava de um plano, algo que estivesse à altura da mulher que amava e da empresária que ela se tornara. Precisava se recompor. Mostrar força, inteligência e, acima de tudo, respeito.
Ela não podia saber que ele ainda carregava a dor da culpa