O amanhecer em Marselha tinha um tom cinzento e úmido. O céu pesado parecia refletir a tensão no ar enquanto o comboio dos Moretti avançava pelas ruas estreitas da cidade portuária. Giulia, no banco traseiro, estava vendada e algemada, mas sua expressão era tranquila demais para alguém prestes a abrir um cofre que poderia decidir seu destino.
Francesca dirigia o veículo principal. Valentina estava ao lado dela, com os olhos fixos na estrada.
— Você confia nela? — perguntou Francesca.
— Não. Mas confio no medo dela. E no ego. Giulia não suportaria morrer sem ser ouvida.
O endereço os levou até um prédio antigo no centro histórico, uma fachada abandonada que escondia um subsolo reforçado. Após passarem pela entrada secreta, guiados pelas instruções exatas de Giulia, chegaram a uma sala estreita, revestida por aço e concreto.
O cofre estava ali.
Alto, grosso, com um teclado digital e um leitor biométrico.
Giulia foi levada até ele.
— Impressão digital e código — disse ela. — Emi