52. Não Sei Amar
Sophie Williams Volkova
Mikhail saiu há algumas horas. E eu... permaneci onde ele me deixou: sentada na poltrona, encarando a janela como se, de alguma forma, o tempo pudesse acelerar.
Mas ele não acelerava. Ele parava. Se arrastava. Me torturava.
Jhow bateu na porta algumas vezes oferecendo comida. Recusei todas. Não era fome o que eu sentia — era vazio. Pedi para ficar sozinha. Embora... aqui dentro, sozinha fosse a única coisa que eu sabia ser.
— Senhora Sophie — chamou Jhow, com educação, mas sem insistência. — A senhora Williams solicita sua presença no escritório.
Respirei fundo. Soltei o ar como se aquilo pudesse me aliviar. Mas não aliviava. O cansaço não era físico — era da alma.
Levantei-me, mancando até a porta, sentindo a bota ortopédica como uma algema.
— Obrigada, Jhow. Já estou descendo — falei ao abrir a porta.
Ele assentiu e sumiu pelo corredor.
Desci com cuidado, cada degrau exigindo concentração. Quando finalmente cheguei à porta do escritório, bati levemen