53. Voltar Para Casa
A noite foi longa. Os pesadelos pareciam mais intensos, talvez pelo simples fato de saber que os fantasmas que me assombram dormiam a poucos cômodos de distância. A sensação de claustrofobia emocional era sufocante.
Assim que a manhã chegou, levantei com pressa. Tomei banho, me vesti e arrumei minha mala em silêncio. Quando Mikhail acordou, eu já estava pronta.
— Já acordada? — ele murmurou com a voz rouca, os cabelos ainda desalinhados.
— Bom dia. Só quis adiantar tudo. Quero ir embora logo.
Falei tentando soar neutra, mas era impossível esconder o quanto desejava sair dali. Estava no limite.
— Pode me esperar lá embaixo. Já desço — disse ele, indo em direção ao banheiro.
Sem responder, puxei a mala e deixei o quarto. Descer as escadas com a bota ortopédica foi um pequeno desafio, mas logo cruzei a porta da frente. O ar fresco da manhã me atingiu como um alívio. E, como sempre, Viktor já estava atento.
Assim que me viu, veio em minha direção com passos firmes.
— A senhora devia ter m