Capítulo 49

Sai do banho com o som das batidas. Secas. Diretas. Irritadas.

Sentei na cama, enquanto olhava a parede, com a sensação de que alguma coisa estava errada – mais do que o habitual.

Bum. Outra batida. Mais forte.

— Já vai. — murmurei, a garganta seca.

Levantei e abri a porta.

Luca estava parado ali. Ombros rígidos, maxilar travado. O tipo de postura que ele só adotava quando estava prestes a explodir.

— Onde ela está? — ele perguntou sem rodeios.

Eu não desviei os olhos. Mas por dentro... eu já sabia. Ele também. Só precisava da confirmação.

— Foi embora — respondi.

— Sozinha?

Assenti devagar, sentindo a garganta fechar.

— Deixou um bilhete. Saiu sem falar com ninguém.

Ele se aproximou, ameaçando invadir meu espaço. Quase encostou em mim. A voz veio baixa, perigosa:

— E você deixou?

Engoli seco.

— Eu estava dormindo. Quando acordei... ela já tinha ido.

Os olhos dele me perfuravam, procurando uma mentira. Mas não tinha. A dor estava ali. À mostra. A dele e a minha.

Luca passou a mão pelo
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