O templo se abria diante deles como a boca de uma criatura esquecida pelo tempo. As colunas cobertas de musgo pareciam ossos antigos, e as runas esculpidas nas paredes exalavam uma energia que os fazia arrepiar. Era como entrar em um santuário que pulsava com lembranças vivas. Ali, o tempo não era linear — era uma espiral, e Aedan podia sentir cada passo arrastando memórias que não eram só dele.
— Este lugar foi selado com sangue e promessas — murmurou Kaela, passando os dedos sobre uma runa em espiral. — E o selo está se partindo.
Elena caminhava ao lado de Aedan, olhos atentos. Seu vínculo com ele havia se aprofundado, e ela agora também ouvia os ecos — sussurros distantes de juramentos partidos, gritos abafados pelo tempo.
— Aedan — ela disse, parando subitamente. — Você está vendo isso?
Ele seguiu o olhar dela. Na parede à frente, onde o musgo havia recuado, uma pintura se revelava aos poucos. Mostrava uma figura envolta em chamas, com olhos dourados e braços erguidos para o céu.