O silêncio da floresta ao redor da catedral era denso, como se a própria natureza prendesse a respiração após o despertar do Véu. As folhas pareciam se mover com cautela, e os ventos sussurravam advertências em línguas esquecidas. Elena guiava o grupo através da mata com passos firmes, mesmo que seu coração ainda oscilasse entre a exaustão e a urgência.
Aedan caminhava ao seu lado, mais quieto do que o habitual. Desde que fora purificado pelo Véu da Origem, não era mais o mesmo. A sombra do Primeiro ainda pairava sobre ele — não como uma presença ativa, mas como uma cicatriz profunda que nem mesmo a luz lunar conseguia apagar por completo. De tempos em tempos, seus olhos perdiam o foco, como se visse coisas além do presente.
— Estamos perto — murmurou Kaela, consultando um mapa antigo desenhado em pele de cervo. — Thar’khal fica abaixo das montanhas sussurrantes, selada por raízes e maldições.
Lucas bufou, ajeitando a capa.
— Exilados, cultistas e degenerados. Ótimo lugar pra procurar