A noite caiu sem vento, sem som, sem vida. O céu parecia sustentar o peso da própria lua, que pendia cheia e imóvel, como se assistisse silenciosa à hora marcada. Aedan sabia: o Julgamento final não esperaria por seu descanso. Estava em pé na clareira do santuário, agora transformada por runas antigas que se acendiam sozinhas, formando um círculo de poder no qual nem mesmo Mirelle ousava entrar.
Elena tentou tocar seu braço antes de ele cruzar o limiar, mas sua mão foi repelida por uma força invisível. Havia lágrimas em seus olhos.
— Seja quem você sempre foi — ela sussurrou. — Não quem eles esperam que você seja.
Com o coração apertado e os músculos tensos, Aedan entrou no círculo. As runas brilharam, e o chão desapareceu debaixo de seus pés. Ele não caiu — flutuou. Era como se estivesse sendo puxado para fora do tempo, para um lugar onde passado, presente e futuro colidiam.
O espaço em que surgiu não se assemelhava a nada que já tivesse visto. Era um limbo prateado, onde imagens flu