Lioren avançava pelas trilhas esquecidas da Floresta Cega, ladeado pelos três jovens guerreiros que haviam jurado protegê-lo até o fim. Mesmo com os sentidos aguçados dos lobisomens, ali dentro, tudo parecia distorcido. Cheiros sumiam no ar, sons vinham de direções impossíveis, e o tempo… o tempo parecia dobrar-se sobre si mesmo, como se a floresta tivesse sua própria vontade.
— Concentrem-se — murmurou ele. — A floresta se alimenta da dúvida. Pensem no destino, não no medo.
Os jovens assentiram em silêncio, mas seus olhos oscilavam. A lenda dizia que a Floresta Cega não era apenas um lugar proibido — era uma prisão. Ali, os antigos deuses que traíram o pacto das luas haviam sido enterrados vivos, entre raízes que se recusavam a morrer. A energia era sufocante, espessa como fumaça.
Lioren sentia cada passo como um desafio. Seu corpo já não era jovem, mas sua mente permanecia afiada. E ali, onde o passado sussurrava por entre as árvores, ele precisava de toda a sabedoria que possuía. C