O salão do Hotel Imperial fervilhava. Luzes de cristal pendiam do teto como estrelas domesticadas, e os mais poderosos nomes do setor da beleza se misturavam entre taças de champanhe e sorrisos forçados. A D’Ávila Cosméticos lançava sua nova linha de perfumes, e Valentina era o rosto — e o coração — por trás de cada fragrância.
Mas não estava sozinha.
Dante, de terno escuro perfeitamente ajustado, estava ao seu lado. Oficialmente, como sócio. Extraoficialmente, como seu "marido". A imprensa adorava o casal poderoso. Mas Valentina sabia que por trás da fachada impecável havia rachaduras invisíveis, prestes a se romper.
— Sorria — ele murmurou, com os lábios perto do seu ouvido, enquanto os flashes disparavam ao redor.
— Pare de encenar — ela rebateu, com um sorriso tão falso quanto a simpatia dos acionistas ao redor.
— Você é a melhor atriz dessa peça, Valentina. Mas cuidado... todo script tem um fim.
Ela se virou para encará-lo, sem perder a compostura.
— E nem todo ator merece o apla