O apartamento de Dante estava mergulhado em uma penumbra aconchegante. A luz suave do abajur espalhava um brilho dourado pelas paredes, criando um ambiente quase sagrado — um refúgio para duas almas cansadas que, finalmente, encontravam espaço para respirar. A noite lá fora seguia calma, mas dentro daquele espaço, os sentimentos de Valentina e Dante transbordavam silenciosamente, como uma tempestade que se acalma aos poucos.
Eles sentavam lado a lado no sofá, os corpos quase colados, as mãos entrelaçadas. Valentina sentia o calor daquela conexão, o peso da presença dele contra o próprio corpo, como se fosse a âncora que precisava para não se perder em pensamentos turbulentos. Dante, por sua vez, parecia ainda tentando controlar as emoções que o invadiam, mas os olhos dele, profundos e sinceros, denunciavam o turbilhão interno.
O silêncio se instalou por alguns minutos, um silêncio carregado de significados, até que Dante quebrou a barreira com uma voz rouca, carregada de uma vulnerabi