Cicatrizar o Passado. Construir o Futuro.
O caminho até a mansão dos D’Ávila nunca pareceu tão longo. Valentina segurava o volante com firmeza, mas as mãos estavam frias. Não de medo. Nem de dúvida. Mas de respeito.
Respeito por aquele homem que, mesmo rígido, intransigente e dono de uma visão antiga do mundo, sempre foi o alicerce da família. O avô. O patriarca. O homem que lhe ensinou que negócios vinham antes de sentimentos — até que ela mesma provou que isso não precisava ser verdade.
Quando entrou no escritório, lá estava ele, sentado em sua poltrona de couro, rodeado de livros, troféus, quadros antigos e aquele olhar analítico que parecia atravessar qualquer mentira.
Ele ergueu os olhos do jornal e arqueou a sobrancelha.
— Você. Quando aparece sem avisar... ou fez uma aquisição milionária, ou está prestes a me dar uma dor de cabeça. — disse, seco, mas sem hostilidade.
Valentina sorriu, sentando-se à frente dele.
— Talvez um pouco dos dois.
Ele fechou o jornal devagar. — — Fale.
Ela respirou fundo, ajeitou os cabelos e