O sol ainda estava alto naquele sábado quando Valentina saiu do apartamento com um passo decidido. Diferente de tantas outras ocasiões em sua vida, ela optou por enfrentar aquele momento sozinha. Nada contra companhia — mas naquele dia, ela precisava ser apenas ela mesma, em silêncio, livre das expectativas alheias e do peso dos olhares.
O trânsito da cidade parecia menos caótico, ou talvez fosse ela quem se sentia diferente, mais leve. O coração batia com uma mistura de ansiedade e esperança, um aperto gostoso que anunciava o início de uma nova etapa.
A boutique ficava em uma rua charmosa, com fachadas elegantes e vitrines delicadamente decoradas. O nome da estilista, escrito em letras douradas, brilhava discretamente na placa acima da porta.
Valentina entrou devagar, absorvendo o ambiente. O cheiro de tecidos finos, a luz suave que refletia nas paredes, os espelhos amplos que pareciam convidá-la a olhar para dentro de si mesma.
Ela foi recebida pela estilista, uma mulher de sorriso